Levantam-se as enxadas
O trabalho logo vai começar
Novamente sobre o sol forte
Os grandes homens vão fazendo a sua sorte
Dizem eles que não sabem de futuro
Que passado já honrou
Hoje mesmo o rei é ele
Aquele que estudou.
Pobre o homem que leva consigo a ilusão
De uma vida perfeita por debaixo dessas asas
Asas essas que são frágeis ao toque
O toque da razão
Todo conhecimento tem um preço
É o preço da felicidade
Quem honrou no passado, hoje, não está mais na idade
Lutamos por motivos que foram deles
Eles que lutaram para tentar explicar
Formaram cálculos e provaram fatos
Mas a ninguém, conseguiram derrubar
Falo-lhes com a simples palavra
De um velho trabalhador infeliz
O preço está nas vitrines
Só compra quem não se sente feliz.
Devo dar ênfase
Ao fato de que eu errei no início
Quem conheceu não quis conhecer
Esse rio de sangue e lágrimas
Que todos ousam em insistir em dizer
Ser a nossa única conquista
Que ninguém levaria
Não levam, de fato, aquilo que já demos de entrada
Para comprar a longo prazo, de vida toda
A nossa infelicidade.