segunda-feira, 10 de junho de 2013

Esperar, aguardar, guardar aquele sentimento



Paisagem... Quando a palavra vem a cabeça, logo lembra-se de um lugar lindo, magnifico produzido pela natureza, por Deus, produzido por algo. Algo mágico. Uma transformação e combinação de cenários ao qual o ser humano não precisou mexer, mas parou para observar. Todos os seres humanos já viram alguma paisagem, seja o sol entre as nuvens, seja raios lindos no céu. O importante é lembrar, da sensação de grandeza que sentimos e, da sensação de inexistência que sentimos, ao nos comparar à aquilo.
 Para se lembrar, quando se vê o sol, imponente, majestoso, grandioso, nem sequer lembramos de sermos seres humanos, mas sim, praticamente paramos de pensar, ou não, mesmo que por frações de milésimos só olhamos ( o que provavelmente a ciência discorda ), e observamos, sentimos, pensamos e percebemos. Nenhuma palavra traduz melhor que grandeza, a sensação que sentimos ao observar. O sol, na verdade, se põe ( como outras paisagens acontecem ) apenas para mostrar que todo grande astro, deve se recolher e iluminar outros horizontes, e que até o colossal sol, se esconde e as vezes, cai, lá longe. 

 E sonham, imaginam, viajam, vibram, sentem, necessidade de encarar de frente aquilo, como se o ser humano pudesse estar no mesmo patamar que o sol, que o grandioso sol. Sentimento de decepção. De fraqueza. O sol vive nos guiando, nós giramos em torno do sol, ele é, em partes, vida. E aí, notamos isso e, caímos, dentro de nós mesmos. Somos na verdade, pequenos, em meio ao universo, insignificantes, todos morrem, e depois de duas ou três gerações, são esquecidos. O sol não, o sol, é grandioso.
 Mas é a derrota perante ao sol que nos faz querer ser grandes como ele, que nos faz não querer ser esquecidos. É a esperança, o sentimento que sentem ao olhar uma paisagem, aquilo que enche o peito alguns segundos depois de só olharmos algo lindo. A sensação de que cada um de nós pode mudar o mundo. A sensação de sermos os melhores seres do universo. A sensação de ser tão bom quanto o sol, até porque, o que seria do sol, se não existíssemos para observar sua imensa amplitude... Somos nós que damos valor a tudo isso. A beleza talvez não seja o sol, mas sim, o ser humano que para mediante o sol, encara, entende a sua inferioridade, desafia, perde, mas sente que pode levantar e com aquele sentimento que inunda, seguir sempre em frente e mudar tudo.
 O ser humano, é o ser mais capaz do universo ( quiça da existência, e por que não? ), porque ele produz maldade, mas produz beleza, produz sensações nele mesmo quando capta algo maior que ele, e quando vê algo maior, se enche de vontade de ser tão grande quanto.
 Não encontrei melhor maneira e maneira mais simples de lembrar qual é o sentimento de esperança. O ser que tem esperança, espera, aguarda, guarda, e possui, e busca possuir, algo. Seja a grandeza do sol, ou apenas a vontade de buscar a cada dia, um motivo para viver.


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Ps ( Um ps não perfeito, pois não me lembro exatamente ): Para Carl Gustav Jung - O ser humano no alto da sua juventude é como o sol do meio-dia, ilumina a tudo. Porem, quando fica maduro, ou seja, ao chegar da maturidade, ele se recolhe ( como o sol, que começa a se pôr ), e guarda sua sabedoria ( seus raios ) para poder iluminar a si mesmo.

 Obrigado amigo, esse texto é para você!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

As sombras da persona



A vida... Pede a cada passo para frente, um olhar para trás. Vão lhe dizer o tempo todo, que deves observar teu avanço, deves ser atento aos teus passos oportunos, deve alegrar-se ao conquistar um objetivo, ao traçar a meta e cravar no plano. O olhar tem medo, pode ser que dois passos atrás estava melhor, voltar não é bom, regredir é ruim, ter medo de sempre crescer é um pensamento fraco. 
 Sorrisos, verdadeiros, de pessoas que o amam, mas ninguém está lá, são todas as "personas" que você conheceu, são máscaras, a sua caiu, ninguém te olhou. Estão felizes por você, abrace-as! Fique feliz! Mas quando no meio da festa parar, e notar que só você parou de rir, se retire, não é um lugar para você. Quem nasceu para ser plebeu, será só rei da alma. 
 É um espirito nobre que o cerca, aceite-o. Muitas das vezes que estiveres no chão, sem mais ninguém, algo o tomara pelo braço e o fará se erguer. Negue. O chão é tão consolador quanto a tristeza e a melancolia, que faz de nós tão dependentes e humanos. Sinta frio, sinta medo, sinta dor, seja humano.
 Agora, coloque de volta a "persona", está na hora de voltar a ser quem você sempre desejou ser, quem você sempre se fez ser, e no fundo do ego, você sabe que nunca foi. Débil. Quantas vezes se planejou ser algo que não vai ser? Quantas vezes quis ser alguém que não é. Fraco, tua personalidade não muda. Já não tem mais porque lutar para ser alguém que nesse momento, não aceitaria ser. 

 Desista, de tudo, esqueça. Alguns aguentam apanhar da vida, outros, sentem suas vidas sendo escritas pelo destino.
 O tempo urge, e apenas teus olhos notam essas linhas cansadas, mil vezes apagadas. Desista. Nem sequer a tua mascara deixou de rachar. A quem está tentando enganar...
 Se pediu o fundo do poço, o poço é sempre tão raso. Não temas a dor, não temas a angustia, não temas o olhar que te vê do escuro, não temas as palavras ( isso sim, deveria temer, as tuas próprias ), não temas mais ninguém, temas apenas o espelho. Sinta pavor desse, tenha esta fobia. O maior horror do mundo, é a tua "sombra", são teus passos negros. Fuja o quanto quiseres, mas esse encontro jamais irá adiar. O fogo que tu produz, é o mesmo que te queima. 

 Deixa queimar, deixa. Fecha esses olhos e imagina o escuro do teu quarto. Ninguém te ouve lá. Ninguém te ouve aqui, ninguém te ouve em lugar nenhum. Teu choro mal é notado por quem te cria. Passados dois dias, não haverá quem note teus prantos. 
 Abraça e deixa cair. Segura, sobe e cai de novo. Não tem paz, não tem tranquilidade, não tem calmaria. Para quem está lendo, o fundo do poço já foi até mais que amigo, o fundo do poço já virou rotina. Sair de lá, não é nem mais uma opção.
 Agora, digere, afasta-te. E esquece, quando notarem que você foi o único a parar de rir, coloca a máscara de novo, e esquece do quarto, esquece do poço, esquece da tristeza. Ponha a velha máscara e seja quem você sempre foi, um grande mentiroso.


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Tudo tem um tempo. Depois de um tempo que esse texto ficar aí, quando as pessoas certas lerem, ei de escrever a versão contrária. Ou não.