sábado, 13 de outubro de 2012

The Chosen One

  E é falando um pouco de tudo, que eu ajudo as pessoas a descobrirem que elas e inclusive eu não sabem nada sobre mim. 




 A chamada, a contagem regressiva, o canto, o soneto, o poema, a canção, a letra dos passos, a voz, as leis. Ouve-se tudo do lado de fora da porta de casa. Enquanto quieto, meditando, com os olhos fechados e longe do mundo, eu enxergo o som dos passos que saem dos pés atormentados das dores, como se a batida contra o chão, fosse um urro de dor pedindo para que parasse. 
 Quando sentado na praça, em silêncio, sozinho, solitário, percebo o céu que não para de se movimentar em volta do globo da minha cabeça, as nuvens levemente mechem-se e deixam suas justa-posições para que outras nuvens possam conhecer o meu solo, o plano, o lugar por onde eu caminho, a trilha que vai tecendo as linhas da minha vida. 
 Meus olhos ficam vidrados nas pessoas que do outro lado da rua caminham, as que nem sabem que eu existo, as que desconhecem os meus motivos, aquelas pessoas que violam as minhas regras, e me vejo olhando pelos olhos delas para a praça, eles enxergam as árvores, sempre verdes com as suas copas repletas de folhas graciosas que balançam ao inacreditável violar dos ventos, conseguem ver também o chão não cimentado, feito com a terra da pura natureza, marrom de uma cor antes dificilmente vista na grande cidade, mas as pessoas não conseguem sentir que ali, existe uma pessoa, elas se perderam, os seres humanos, não tem mais trilha, eles não possuem mais o direito de estar em um lugar observando as outras pessoas ou contemplando os céus, eu não existo para aqueles que se incomodam com a minha existência. 
 Então eu entro em transe, eu surto, eu não me desligo desse mundo, e entro em contato com a minha alma, ela me dizendo que eu preciso fazer algo, que é necessário que eu lembre essas pessoas, de que os céus, tem de despertar um desejo no ser humano. Tenho que lembra-los que o amor é a benção dos condenados, é a mão de Deus sobre o homem que ora, e ter uma alma, é uma certeza, mas encontrar a alma gêmea, tem uma condição extraordinária, é ter um amigo, é ter um amigo. 
 Quem nesse mundo, há de ficar sozinho quando tem um amigo? 
 Quem aqui há de se sentir solitário quando se é amado por alguém? 
 E tanta gente vive nesse buraco, nesse aperto de chegar ou não o dia 30 do mês. 
 Eu disse a minha alma, que eu aceitaria o seu pedido. 
 Ela me pediu, para amar, encontrar os meus amigos que por aí estão perdidos, que eu falasse com Deus, que eu procurasse fazer o ciclo do mundo, voltar a rodar nos céus novamente.
 A verdade é que existe algo no céu, e eu acredito que seja a nossa própria alma. Me disseram que era isso, e que eu mesmo, precisava voltar a enxergar as nuvens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário