Eu voltei... É necessário minha presença aqui, preciso estragar o dia de alguém... Sou insano.
Olho para os céus todos os dias, e fico imaginando que um belo dia veremos um céu azul, de nuvens bem branquinhas lado a lado e no centro uma escada enorme, cheia de rosas em volta, uma linda escada que nos levará ao céu. Ao inimaginável mundo desconhecido onde alguém vive, não sendo carne, não sendo vivo ou morto, sendo uma entidade e ao seu lado, almas e almas esperando por um lindo abraço que nos daria a impressão de que tudo está bem...
Mas será que nós seres humanos, aqueles que duvidam tanto um dia podem encontrar mais do que a impressão de felicidade? Será que sabemos o que é a felicidade para tê-la? Será que tudo nessa vida não passa de uma simples impressão ou sensação de que está certo ou errado? Eu me faço essa pergunta.
Tive a impressão de estar em uma ilha enquanto dormia, uma ilha em que eu conseguia ver almas, de pessoas que estão comigo no plano dos vivos e pessoas que estão no plano dos mortos, imagino eu. Pessoas que eu nunca vi e pessoas que são próximas a mim e todas elas estavam tentando me dizer algo, mas eram impossibilitadas por um velho que tomava conta das almas.
O velho de cabelo branco um tanto quanto ralo, de barba longa branca tinha rugas no rosto e um olhar cansado, de quem tinha um fardo enorme a carregar, ele tinha a chave que abria os cadeados dos pulsos das almas e eram tantas chaves que chegava a pesar. Quem ali não queria ser livre que não importunaria o velho?
E as almas me falavam e me falava também o velho "Não dê ouvido a eles, são todos egoístas que querem apenas tomar-lhe como objeto afim de pegar a chave" e eu corria das almas porque elas queriam me usar.
Até que o velho não aguentou mais, e caindo no chão me passou as chaves, e na frente dos meus olhos, fora consumido até que se torne também uma alma, alma essa que me olhava, vinha até mim e me pedia "Me dê essa chave garoto, eu sou o único daqui que merece ser salvo".
E então eu acordei, voltando a olhar para os céus eu me lembrei, que o meu desejo mesmo era ver aquela escada que me levaria aos céus.

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