segunda-feira, 30 de abril de 2012

O desespero dos sonhos



O quadro... retrata uma imagem, algo de importância ou uma paisagem linda, alguns quadros são simplesmente loucos, tendo apenas um ponto no meio, outros tem cores e cores para todos os lados, formando uma pintura, psicodélica. Mas, o quadro que eu vi, esse ai, nunca tem apenas uma imagem. 
 A mesa, redonda, com cadeiras muito pouco acolchoadas, de ferro, a mesa com 4 pernas e um vidro circular no meio, coberta por um pano branco, pequena.

 O cachorro, sentado, pelos amarelos, sorrindo com a lingua para fora, grande, e apenas observa um ponto fixo, geralmente eu. 
 A prateleira reflete, vários calices, copos e jarras guardadas, de cor azul e branca a direita da mesa, o cachorro abaixo dela.
 A janela, também grande, com uma cortina branca que deixa-se ver apenas pouco do outro lado da imagem. Isso tudo acontece quando estou acompanhado ou de dia. 
 A noite...
 Flashes, pessoas sussurram, vozes, eu já nem estou mais sozinho, alguém me acompanha e manda eu olhar para o quadro, ontem, eu via o cachorro de pé na ponta do quadro, com raiva em seus olhos, na mesa, sentavam-se duas pessoas felizes, que na verdade, eram observadas por um garoto que ficava atrás da janela, lá fora era noite. Eu olhava para os cantos e ninguém via, só tinha eu ali. 
 Loucura acreditar, era um sentimento desconfortável, sensação de desesperança, desgraça, desilusão, fome, medo, sufocamento, e a cada passo que eu dava recuando para fora do lugar, o quadro mudava, e a criança de fora da janela, nem sequer estava mais lá, a familia corria assustada, eu apertava minhas unhas contra a palma das minhas mãos, estava nervoso, ofegante, o cachorro estava agora deitado, inerte, e na sua frente, um garoto com as mãos ensanguentadas... Fechei os olhos para negar a minha imaginação, mas tinha certeza de que quando eu abrisse meus olhos, ele estaria na minha frente, fugi com pensamentos bons que naquele momento não vieram... E em algum momento bati meu pé na ponta da mesa, com um pequeno grito eu abri meus olhos, e nada vi senão a minha TV na minha frente.
 Foi então que me veio a sensação de alivio. 
 Aparentemente, tudo em volta de mim tinha uma certa luz fraca que rodeava, arregalei meus olhos, era uma sensação no minimo estranha, mas algo me lembrava aquilo. Meu corpo continuou a andar mesmo sem que eu quisesse, e aparentemente meus olhos estavão em outro lugar como que se eu assistisse a cena, foi então que meu corpo passou, mas meus olhos puderam notar pelo reflexo da TV um garoto que parecia mais um animal invertebrado se esgueirando pelos cantos obscuros. A sensação desesperadora voltou a me tomar, mas, dessa vez eu não tinha controle da situação. 
 Foi então que tudo se apagou e eu senti meus olhos se abrirem. 
 Era apenas um sonho, o dia continua como todos os outros, a vida segue... É, era apenas um sono. 
 Levantei-me e olhei para o quadro, e estava como sempre... Normal. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sobre a paisagem - O Bêbado e o Equilibrista


 Então, sobre o inicio de um caminho cheio de árvores, caminho o qual não se sabe onde leva, alguns que ouviram a conversa dizem que as duas pessoas queriam chegar até o certo e a verdade um do outro, outras pessoas dizem que só era uma discussão entre o gato e o rato, talvez entre o sujo e o mal lavado. Mas a pergunta que me iniciou a questão é: Existem diferenças entre o Bêbado e o Equilibrista? Eles são realmente tão diferentes por nome, mas na opinião... Depende muito.
 
 Era um homem, que conversava com outro homem, ambos estavam de pé, apesar de que o segundo aparentava querer cair, com uma bebida na mão, o equilibrista estava treinando seus malabares, equilibrando-os nas mãos enquanto o bêbado cambaleava sem mover a garrafa. Mas os dois, incrivelmente, conversavam sobre a vida, e até mesmo, filosofavam, foi então que algum deles disse:
 - O mundo já nem é mais tão comum, hoje, tudo é feio, e é cômodo, nada é mais mínimo ou desnecessário, é tudo a risco, tudo a prova, tudo é nada e nada permanecerá.
 Aquele que sente, sente que tem que esquecer o que sente, o sentido é o sentimento, as necessidades mais humanas são mais humanamente necessárias, as vidas são desperdiçadas com besteiras, as quais nós julgamos ser as nossas vidas sendo aproveitadas.
 
 O outro disse:
 - Até que isso tem jeito sim, eu sou comum, não vejo nada senão o que está à frente dos meus olhos e do que eu preciso. O necessário é aprender a esquecer de lembrar. Assim, a comodidade se tornará nula, já que não vemos o que temos e vivemos sempre esquecendo o hoje e pensando no amanhã.
 E veja você, sempre ai inalterado, sabendo da verdade da vida, ainda assim, prefere esquece-la e continuar a busca pela tua própria verdade.

 O homem retrucou:
 - Você que apenas sabe olhar os outros e nada vê sobre teu estado de decadência, vendo e esquecendo, sabendo da verdade e escondendo-a para tentar viver a vida com o que tens.

 Quando sua sobrancelha atinge o ponto mais alto possível da testa, o que ouviu agora falava, como que se brigasse:
 - A vida é minha, e eu sei o que é bom para mim...

 O outro o interrompe:
 - Nunca fizeste tuas escolhas ou olhaste teu caminho, nunca teve uma vida.

 Ainda assim a conversa continua com o outro se pondo a frente e falando:
 - És verdadeiro demais para admitir teu próprio erro, veja, é igual a mim, nós na verdade temos como diferença e semelhança o nosso estado de sanidade, sou louco, mas sei equilibrar a minha vida até o ponto em que posso aguentar, agora olha a ti mesmo e nota que sempre tenta ser correto a ver a vida e nada crê sobre ela.
 
 Mais uma vez o outro:
 - Somos iguais no ponto em que somos homens, e sabemos que o mundo é perigoso, sabemos os nossos medos, mas a minha diferença é que sei até onde posso ir, meus limites de sanidade, logo, não faço uso de nada mais do que qualquer outro homem, faço uso da minha mente, é o que eu preciso. 

 Eis que então, a conversa pega sua reta final, o bêbado já havia falado algumas vezes, e nesta hora sente a brisa passar, e como o fazendo necessário diz falando alto ao equilibrista:
 - Homem como eu, somos iguais quando sãos, a diferença dos homens de um para o outro, é o seu nível de sanidade, e quando estamos bêbados não por álcool, mas pela indignação de querer e não poder mudar, isso significa querer negar a verdade e a comodidade, mas significa também, aceita-las, o homem que reclama do mundo, já faz parte dele, o homem que não faz parte da realidade, ira buscar a verdade, mas apenas enquanto a sanidade o acompanhar,  e logo que perde-la.... Estará junto a nós. 

 Era a conversa entre o Bêbado e o Equilibrista, que em minha opinião, sã as mesmas pessoas. O Bêbado que agora estava são, após as ultimas palavras, passa a garrafa ao equilibrista, e o equilibrista divide os malabares, e eles aparentemente dando as mãos, somem, continuando o caminho que se negaram a seguir. 
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 Não sei dizer se eu criei isso... Ou se em algum lugar da minha mente aconteceu, é meio confuso, mas é algo que eu sempre tentei escrever.
 Um dia voltarei a escrever, e será melhor que este, se é que é possivel mudar a opnião daqueles dois, mas queria também que, quem tentasse ler este texto, tentasse imaginar e pensar... Pensem qual deles falou cada parte desse texto e por que.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Estou esperando lá



Mesmo sem ter tempo de fazer as coisas, eu procuro ser a melhor pessoa para todos, procuro pegar o fardo dos outros e dividir junto, e não são poucos não, se olhassem agora, minhas costas estão todas marcadas das chibatadas do castigo, e vejam, a vida para quem é bom não é boa. 
 Faça por aquela pessoa, e na hora da recompensa, caso lhe seja dado o doce, será dado aos poucos, apenas para que você sinta o gosto do mel em sua boca, e caso não seja dado, você teve a chance de comer o doce, mas não comeu. 
 E dizia o mendigo com a boca toda lambuzada do lanche:
  "- Para o melhor amigo, o melhor pedaço." 
 Cão! Cão! Cachorro! Sinto a sua falta... Mendigo. 
 Fui recebendo o doce aos poucos, e não sei se vou receber todo o doce. 
 Minhas costas estão marcadas das chibatadas do velho que castiga, me arrancou um olho e me quebrou a perna... Mas apesar de tudo. Estou lá, no fim do túnel, para não deixar que as pessoas que eu gosto... Se afastem e passem pela passagem. 
 E ainda acho que não sofri, pelo meu dono eu sofreria ainda mais, mas... Será que ele vai me dar um pedaço do seu pão? Cadê o melhor pedaço? Não brinque com os sentimentos de um cachorro, ele é o melhor amigo do homem. Me esqueça, eu não volto mais de lá. 
 Ainda que as palavras estejam próximas nos meus ouvidos quando eu acordo, não vejo sequer alguém que me dê a mão, que olhe nos meus olhos e veja que o meu fardo também pesa. Sim, vocês acham que o carrasco de vocês vai vir antes do meu, não sabem o que se passa quando alguém fica acorrentado sendo castigado pelo erro dos outros. 
 Se tem alguém que não tem culpa... São vocês eu concordo, eu não fiz nada a não ser reclamar do meu peso. 
 E dizia o homem com o pássaro mais raro do mundo:
 "- Mais vale um pássaro na mão, do que dois voando."
 Criarei asas, e mesmo que eu não as crie, eu vou desbravar outros céus, porque o céu que eu vejo acima dos meus olhos está feio. É mais bonito andar de cabeça baixa.
 Esqueça, não volto mais de lá.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quando ela está fora



Para quem não aguentava muito, até que eu fui muito longe, cheio de pecados a carregar nas costas, cheio de histórias e tragédias para contar, tenho tanta vergonha de mim, que me escondo atrás do manto negro da noite.
 Eu sei que eu fiz a minha parte, eu cheguei até o meu limite, sinto muito, não consigo dar muito mais que isso. 
 Não faço transparecer o que eu sinto, porque não quero dividir esta dor com ninguém, em nenhum momento existe felicidade que não possa acabar. 
 Sei que existe aqueles que acreditam, sei que existem aqueles que dizem que vai terminar tudo bem, e que estas pessoas tenham um final feliz, eu quero ser feliz com o que eu tenho, e eu tenho do meu lado a dúvida. 
 Segurarei a sua mão, segurarei com certeza, mesmo que eu estivesse a sete palmos abaixo da terra, e não vou soltar, provas eu já te dei.
 Aqueles que tentam recuperar o "eu" perdido saibam... Nem eu sei onde fiquei. 
 Eu nunca fico triste, só abro os olhos para o mundo real. 
 Nós somos todos enganados, elas são as culpadas, fingimos não fingir nada, fingirmos não sentir nada, mas elas fazem a diferença, ainda são seres vivos.
 Nós juntos, olhamos a cor dos céus, e vimos que ele sempre está lindo e sempre está perfeito, nada vai tirar isso dele... Mas já olhou para o chão onde pisamos? O homem constrói a técnologia, e continua pisando em pedras e pedras que continuam a lhe rasgar a sola do pé. 
 Tanta gente descobrindo a verdade da vida, e eu descobrindo a infelicidade dos outros. 
 Já chega, não podem exigir a resposta que não vai ser dada, não podem exigir o sentimento que não vai ser sentido, não pode exigir... O que não existe... 
 Eu não sou um mentiroso, eu sou só um realista. 
 E ainda que eu estivesse em um penhasco, só saberia a distância entre o começo e o fim se eu tivesse uma regua, não pularia pois, simplesmente, não acrescenta a ninguém... Faz apenas retirar. 
 Não acho justo, tirar de alguém o seu presente mais bonito, não acho legal zombar do fardo dos outros, que as vezes, é infinito. Não acho que é justo tirar o perfume da rosa, porque sem ele, não existe a essência. 
 Não que tenham tirado de mim, não que eu esteja triste hoje, não que nada disso sirva a mim, não que eu não tenha resposta, e sim, eu sou uma boa companhia mas, é triste estar em um lugar, e se sentir agoniado a não poder sair dali. Se sentir tão preso e lembrar das coisas mais ruins.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Como a água, deixe-a nos levar.



Não ceda querido amigo, não ceda... Se você ceder, em quem nós poderemos confiar?
 Como a água, são as nossas vidas, nós, pessoas fortes e persistentes sabemos agir como a água, que trilha um caminho reto, caminho esse que eu chamo de vida, mas a água encontra as pedras no seu caminho, as folhas, e nós encontramos diversos obstáculos, mas a água dá a volta por trás disso, e contornando o seu caminho, ela chega até onde tem que chegar. As vezes é necessário que a água mude o seu estado para chegar ao mar, ela se condensa, chove e cai no mar, onde enfim, encontra a sua vida. Nós devemos ser como a água, mudarmos de forma para alcançar nossos objetivos, mas nunca mudar o que somos para encontrar a felicidade. 
 Hoje, com a minha mão grossa, cortada e machucada, cheia de calos eu pego a minha marreta, e quebro a parede, derrubo sobre o chão e assim eu levanto a poeira. No final do mês recebo o merecido, e o melhor, é gastar com o meu melhor amigo. 
 Olhe lá para fora, o céu realmente está lindo, a luz do dia brilha, e se tem algo que eu tenho certeza, é que nós existimos aqui, e outra certeza, é que não estamos sós não. Nós estamos cheios, eu estou cheio de um amigo, e ele está cheio de mim. 
 A justiça acontece assim amigo, a justiça acontece quando menos se espera, não se prova e não se entende, para mim é um sentimento, se alguém disesse que eu tenho esse dom ficaria feliz. Ela simplesmente foi feita quando te tiraram algo, mas lhe deram outra coisa em troca, amigo, a minha pergunta, seja lá o que você tenha perdido, o que você ganhou foi ou não equivalente ao que você perdeu? 
 A luz no fim do túnel só pode ser vista quando você chega até o fim do túnel, eu nunca cheguei até lá, mas dia após dia, eu crio a minha luz, porque eu sei que, um dia, você vai precisar da minha luz para enchergar a volta do fim do túnel. 
 A minha felicidade acontece agora cara, acontece quando eu volto para a minha casa, e sei que fiz o seu dia mais feliz. É daí que vem a minha gratificação. É daí que eu sei que eu fiz a minha parte. 
 Ainda existe muito para fazer eu sei. Ainda tenho que te trazer de volta. 
 Não se esquece, eu tenho as costas largas, boas para bater, joga aqui que eu aguento o peso. Divide essa carga aí comigo, e se ainda assim você não aguentar, pode deixar tudo aqui comigo e vai lá tirar a água do joelho. 
 E no final, em troca de todo esse tempo gasto comigo, eu só quero ver um sorriso no seu rosto. 

domingo, 8 de abril de 2012

Uma proposta



Vamos dar uma volta? 
 Carinha, quero sair por aí, quero dar uma volta, sair para poder tomar um ar, aliviar os pensamentos, falar do mundo do estado em que vemos ele, mas vamos falar também das nossas brisas, das nossas epifanias e dos nossos sonhos, vamos falar do que existe dentro das casas. 
 Um novo mundo, é o que nós vamos construir, uma nova era, é o que vamos declarar, se tudo como eu acho que é, depende da imaginação, esse mundo já é pequeno para nós dois, nós dois vamos criar e recriar o apocalipse. Vamos fazer céus e inferno colidirem, e adivinha quem vai ganhar? Somos nós!
 O que existe dentro de uma casa é um poço sem fundo de idéias, pode só existir uma família feliz ou triste, pessoas sentadas assistindo TV ou pessoas brigando, quase que saindo na mão. Para mim, essas duas opções são falhas, muito pouco provavéis, vamos desbravar ainda hoje, o que existe além dos nossos olhos. 
 Os céus! Ah, lindo a cor dos céus, a sua cor vária dependendo do estado do dia, rosa, azul, lilás, amarelo, laranja, e até cinza. Mas mesmo mudando de cor, já percebeu.... Já parou para olhar que o céu nunca deixa de ser lindo?
 Lindo... Nossa amizade vária as cores como o céu amigão, varia sim, mas ainda assim, eu aposto que nunca vou ver amizade tão linda quanto essa, tão colorida sim, e muda dependendo do estado do dia de cada um, mas ainda assim, linda não? 
 Precisei dizer que é para ti? 
 Preciso mesmo citar teu nome? 
 Dando uma volta pelo centro da cidade mais cheia de nada do mundo, é, devem ter piores, mas para mim, aquele lugar é tenebroso, e mesmo que exista nos céus um desenho muito lindo, o máximo que vão fazer é tirar uma foto, o que não altera o estado físico do plano. 
 Vamos dar uma volta pela grande São Paulo, vamos dar uma volta por aquela cidade fria. Mas vamos andando e recriando, pegamos a imagem e colocamos ali, pegamos a pinacoteca e colocamos acolá, traremos pessoas aqui, colocaremos roupas e diversas outras coisas no cenário, e vamos tirar uma foto disso, e mostrar para todos o que aconteceu com o mundo... Mostraremos a todos, que as contas de IPTU, luz, gás, é o menos importante do mês inteiro. 
 Tem pais esquecendo de filhos. 
 Tem irmãos esquecendo de irmãs. 
 Eu quero ser pai de todos, irmãos de todos também, vamos concertar todas as vidas a partir de agora.
 Eu sei que somos capazes, de usar os nossos poderes, a nossa inteligencia, a nossa mente, o nosso coração... Para mudar o mundo. 
 Aceita a causa?
 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quando a música começar a tocar

 Quando eu canto uma música, eu me sinto parte de uma história, eu me sinto explicado, eu me sinto conformado, eu me sinto digno, se é uma música triste eu me sinto indigno, inconformado e inexistente. 
 Quando eu sinto a brisa, eu me sinto em outro lugar, eu me sinto tão longe de perto de casa, sinto que eu não pertenço a algum lugar, sinto que alguém vem me buscar. 
 Quando eu sinto o momento eu sei que eu preciso estar vivendo nele, eu sei que ele depende de mim para existir, eu sei que sem ele eu ainda sou eu, mas sem mim, ele já passou para alguém. 
 Quando eu estou triste eu gosto de dormir, o dia passa mais rápido, o sol vem brilhar mais cedo, e as nuvens parecem querer abrir para que possamos enxergar o céu azul. 
 Quando o dia está muito bom, eu quero ficar bem acordado e ver toda a situação. Guardar para que quando voltar eu possa me lembrar. 
 Quem fala por trás do homem que escreve? 
 Hoje eu me senti tentado a abrir uma porta que nunca existiu, mas se saisse de lá o que eu mais acho bonito, seria feio a visão alheia. Se saisse o que eu acho que é feio, então adorariamos não é? Falar do que é errado é bonito, porque nós somos tão errôneos.
 Agora chega de falar besteiras, deixa eu te mostrar que quem saiu da porta, era simplesmente alguém, que estava pronto a dar-me um abraço e depois voltar aqui para fora comigo, que é alguém que eu criei porque eu precisei um dia, isso não significa que eu precise jogar fora hoje, é uma presença boa, temos histórias para contar, temos uma musica para cantar. 
 A vida não muda graças a isso, a vida muda graças a aquilo. 
 Sem pensamentos bobos então? 
 Correremos mais caminhos assim, nós vamos longe você vai ver. 
 Para mim o auge é quando temos uma história para contar juntos, mas o ápice é quando cantamos uma música juntos. 
 Sem essa de ter sexo masculino ou feminino, isso muda no que quando falamos de amizade? 
 Sou um homem incomum, sou sensível e me orgulho por isso, graças a isso, pequenos detalhes não passam. 
 Deixaremos essas besteiras de lado. A importância faz a ocasião. Chega disso, vamos lá irmão.
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RR- Bob
Paulo Henrique

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Juro não falar mais disso

 Está aí, chegou amigo, o dia em que nós não queriamos estar, nós que lutamos tantas batalhas, nós que vivemos tantas coisas, nós que estavamos juntos na hora de chorar e na hora de sorrir, agora a coisa ficou séria. Vamos falar com o som da música, vamos falar para nós mesmos, porque ninguém costuma ouvir. 
 "E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?" 
 Eu ouvi alguém falar que tudo tem razão, que tudo tem motivo, e o sentimento, ja deve estar perdido, eu ouvi dizer que agora tudo é uma besteira, viver, correr, brincar e até jogar, se apaixonar é coisa de bobo. Faz um tempo que não batemos um bom papo, faz um tempo que estivemos juntos, faz um tempo que não ouvimos uma musica legal. 
 "Agora eu estou preso, sinto-me aqui dentro, e eu não consigo sair, estou preso em casa!" 
 E dizem até que isso é uma besteira, você que cria as suas doenças, você que cria as suas loucuras, e nada mais é nada. Nada mais é só verdade. Somos todos frutos de um plano.
 " Tudo mudou para mim mas está tudo ok, eu me sinto o mesmo " 
 Faremos a nossa parte é claro, eu acho que apesar de todas as mudanças, você continuará ai. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

A menina que eu guardo



Todos os dias e todas as noites, antes de dormir, eu junto a palma das minhas mãos e agradeço o dia que eu tive, as oportunidades, os bons e até mesmos os maus momentos, e que isso tudo sirva de lição, minha mente é meu alicerce a todo momento, quando essa sustentação está ruim eu resolvo apelar para outros casos. 
 Um momento de calma, um momento de tranquilidade, é tudo o que eu sempre espero ter dentro de mim mesmo, ainda que aqui fora seja um caos, ainda que aqui fora as pessoas estejam brigando, se lá dentro estiver tudo bem, então, vai estar tudo bem. 
 Não sinto que é hora de abandonar o barco, e nem está perto de isso acontecer, deixar nas mãos de Deus é agora difícil, prefiro por hora apenas acreditar no meu potencial e resolver as coisas do meu jeito, eu sempre preciso das pessoas, mas ali, tem alguém que precisa de mim também. 
 Cabelos lisos, que não se enrolam nem deixam-se embaraçar nunca, meio castanhos ou as vezes com algunas luzes ou apenas a ponta loirinha, olhos castanhos e um rostinho levemente corado, adoro quando usa uma roupa branca, junta as mãozinhas e faz a oração junto a mim. 
 A oração é importante é claro, mas essa... Essa não é para Deus.
 É a oração dela, da menininha, cujo nome, eu não me importo em não saber, o importante é eu estar lá para cuidar dela, e ela estar aqui para tranquilizar os meus pensamentos, quando ela sai, a coisa fica feia, então é sempre bom que ela fique aqui, onde eu possa te abraçar e te doar carinho. 
 Menina de história triste, o pai batia na mãe, ele morreu em um acidente de carro e ela sem condições de criar a filha deixou-a na porta, uma garotinha que tinha medo e pouco falava e hoje até canta pelos cantos da casa. Educada, sensível, carinhosa, atenciosa, é uma ótima menina, ela realmente me conhece, e o pior, o que faz o meu coração se derreter ainda mais por ela, é quando ela chora junto comigo. 
 Espero que essa menina seja sempre assim para mim, e não mude nunca, pois ela não se trata apenas de uma simples pessoa, se trata de algo qual a minha mente não viveria sem, hoje eu sei, é a irmã que eu nunca tive, ou melhor, sempre tive aqui dentro de mim. 

domingo, 1 de abril de 2012

Olhe nos meus olhos e veja minha essência



Assim eu faço a minha vida, quando deixo a impulsão falar, me sinto um velho num corpo novo, que nada sabe tocar. Nem alma nem coração, tão pouco meus olhos vão dizer, o que no fundo só o âmago pode mostrar, a essência do meu ser, se põe sempre no seu lugar. 
 Medo eu não tenho nenhum, sou o desbravador das sombras, aquele que peita o mais alto inimigo, eu sou além da sua conta, eu sei daonde eu vim, e por isso eu sei qual é o meu fim, quando for falar comigo, venha, mas venha sem essa de abraço amigo. Quando falo complicado, é porque quero deixar o vento levar a resposta por trás da explicação, falar eu também falo de montão, mas para quem merece essa mão de irmão, saiba, eu sou sim um cara bom. 
 Eu sei rir da desgraça da vida, até por onde não existe tristeza, aqui é uma provação, provação para a tua própria realeza. Só vencem aqueles que são fortes, e que os enigmas sabem simplesmente desvendar, leveza, só na ponta da mesa, aqui no meio só os vencedores vão estar.
 Estilhaços de risos são o que nos sobram hoje, hoje, o dia é todo explicação, tudo é coisa de quem gosta de chorar, e admitir a resposta? Jamais eu vou errar! 
 Não sei de onde, mas sei que sabia, sabia que esse dia ia chegar, amanhã é especial, estamos em um clima meio espacial, verdades são para as pessoas quentes, que aguentam ir e voltar, as pessoas mentirosas... Essas, me dá nojo contar. 
 Realmente gosto das tais pessoas justas, e procuro andar perto delas, já as pessoas que são o contrários destas, quero que fiquem dentre as minhas melhores festas. 
 Eu sei quem eu sou! Quando foi que eu disse que não? Não me lembro de que eu esqueci de falar que eu esqueci de viver, eu nunca vou deixar de ser.
 Estamos agora, nos tempos em que as pessoas já podem dizer se existe ou não razão, tudo sempre tem uma explicação. 
 Para aqueles que não me conhecem eu me apresento agora, eu sou um homem, de cabelos brancos, longos, que sempre diz a verdade, necessariamente contradizendo a mentira, ou o contrário, não sei. Eu tenho uma barba branca longa, e meus olhos lhe passam nada, a convivência comigo, te mostra a minha essência. Eu gosto quando me chamam de velho-sem-idade. 
 Faz tempo que eu existo, mas minha existência não tem tempo nenhum, e eu odeio aqueles que falam com carinho, com amor, tem alguém que custuma dividir o espaço onde eu vivo, um cara com chapéu, eu realmente quero socar a cara dele, mas, não quero machucar ninguém. 
 Já descobriram quem sou eu? 
 Meu nome? Sim eu digo, mas já disse, sem essa de me abraçar, e me chamar de amigo, aqui só tem espaço para os meus inimigos, os melhores, os sagazes, os robustos, os fortes, aqueles que eu sei que eu tenho que falar olhando olho no olho, alias, se você merece, porque não olha em meus olhos?
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 Utobias, o homem do signo de gêmeos.