quinta-feira, 12 de julho de 2012

Arco-íris no escuro



 Perdido no caminho da vida, esperando as estrelas enviarem a ti um abraço, enquanto isso se rastejava a procura da luz, curvado, seco de esperanças e maltrapilho. 
 Sem angústias ou desespero, ele só se sentia só, e mais nada. 
 Sem pudor nenhum, se pega observando o outro lado da rua, onde uma família volta feliz depois de sair de um cinema, todos cantando e pulando e comentando talvez o filme, a mulher linda sorri para as crianças e beija o marido, e ele então abaixa sua cabeça e volta ao beco escuro, sem saber mais o que esperar. 
 Observa também o céu cheio de estrelas, conta uma por uma na esperança de notar que alguém o estava observando fazer isso, mas nada lhe acontece, nenhuma mão pousa sobre seu ombro, nenhuma voz vem a ti de consolo, nem uma brisa sequer passava para lhe secar as lágrimas. 
 Ainda sem tirar os olhos dos céus ele se questiona sobre o paraíso, aquele homem já estava a tanto tempo na loucura, que pensou que o inferno ele já conhecia... 
 E o paraíso? E a alma caridosa? E a vontade de amar alguém? E a esperança? 
 Respostas sem perguntas e perguntas sem respostas. 
 Não existe, não vem hoje, não quero mais, já se foi embora. 
 Ainda que do outro lado da rua, fosse o lugar onde a felicidade morava, para aquele homem, ele não era meceredor de estar lá, sorri desleixadamente, mostra os dentes para alguém que não existia e depois chora desconsoladamente. 
 Nem o cobertor, foi seu parceiro fiel de hoje a noite. Apenas o frio, fazia parte dele, suas mãos tremulas pararam sobre seus olhos esfregando freneticamente em uma fé vazia de que quando ele abrisse os olhos novamente, ele iria enchergar um lindo arco-íris. 
 Mas o arco-íris não foi lhe visitar aquela noite, ou ele até poderia estar lá, mas atrás de um prédio qualquer, a noite e o frio, e nada mais. 
 A felicidade e a esperança existem, as coisas bonitas também, mas o motivo das lágrimas daquele homem era saber que no fim, elas não estavam com ele. 

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