domingo, 27 de outubro de 2013

Tanto faz...

 O vento lá fora bate, o som dos pássaros cantando
 Faz sol, é um dia bonito de céu azul
 Vejo pessoas alegres passando pela rua, conversando
 E eu não consigo entender mais nada

 Ouço o som do canto dos pássaros, ouço o som da naruteza
 Sinto a brisa tocar o rosto, o vento assoviar os meus ouvidos
 Absorvo o calor do sol, entendo que minha vida depende disso
 Mas me questiono do por que...

 Tanto faz, tanto faz...
 Já não entendo mais o sorriso no rosto das pessoas
 Me via tão cheio de esperança e de motivos para lutar
 Hoje me vejo enganado, cansado

 Tanto faz, tanto faz
 Não vejo necessidade de ir para a rua
 Não vejo necessidade de rir com os outros
 Não vejo necessidade de ter esperanças de mais nada...

Tanto faz o que vai acontecer...
 Tanto faz...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Renascer - O campeão

 O renascer é a volta do Justo e do Insano, mostrando o que ele enxerga da vida, mais de um ano depois de cada texto, eu vou tentar reescrever todos, ou só os mais importantes... 
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O campeão



 Certos homens acreditam com toda a sua fé que a vida não é uma disputa. Eles vão defender com unhas e dentes que eles não procuram vencer, pois não sentem vontade de ver ninguém derrotado. A vitória para um lutador, não é apenas um acontecimento, a vitória é um modo de vida, o lutador vencedor é aquele cheio de si, respeitado, que não perde seu lugar, diligente. Não se encontra um campeão derrotado por aí.
 Quando um homem vai a luta, ele tem todos os argumentos de vida dele para se usar contra um outro homem, e ainda que esse primeiro seja um campeão, ele deve saber que mesmo vencendo ele não se torna vitorioso. A vitória é o convencimento, vencer é apenas terminar ali de maneira positiva. Mas como em toda a luta, assim como na vida, o jogo vira, e de uma hora para outra, o outro homem enxerga a luta, e a melhor maneira de lutar, é continuar de fora, vendo as coisas ao avesso.

 O campeão não quer ser só o número 1, ele quer mais, ele quer o povo, ele quer ser aclamado, ele quer ficar acima do pódio, mas não campeão, não. Um verdadeiro campeão quer a alma daqueles que por ele torcem, e não se atreva a arriscar um soco contra um campeão, ele sempre estará preparando um contra-ataque, é isso que esperamos de um campeão, que ele nunca caia antes de lutar seu máximo. 
 Se um campeão perder, certamente ele não era o mesmo homem que outrora se tornou um campeão, o povo já não olha mais com tanto fervor, a adoração ao herói não existe mais, nem seu apoiador é o mesmo, estão acomodados ou simplesmente trocaram a meta da vida. 
 Não campeão, não. 
 Não existem campeões desse tipo meu amigo. Pois os campeões assim perdem, e não cativam eternamente o público. 
 O campeão jamais vai ser aquele que quer a alma das pessoas, ele jamais vai querer dominar nossos corações. O campeão é aquele que doa o seu, e quando perde, recolhe os pedaços, esperando uma nova chance de montar, e se ele perder ele sabe de quem foi a luta. Foi dele... 
 Renascer é a chave, é mudar, é não querer mais ser um campeão, mas sim voltar a ser um lutador, e apenas se contentar com isso. Ser campeão é ser o lutador número 1, e não se tornar alguém além disso. 

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 O campeão está abatido. Diferente da outra foto, ele perdeu o apoiador e provavelmente o povo, assim como o sorriso do amigo.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ontem eu não agradeci

 Ajoelhei em frente de mim mesmo, conversei e observei meus passos.
 Olhei de canto de olho para o mundo, quieto, desconsolado.
 E me desacreditei, fiquei sem o que dizer, sem o que fazer.
 Descontrolado.
 A pior brincadeira do mundo, das nossas imaginações... Dos nossos desprazeres se tornou realidade.
 Eu tenho o desprazer de conhecer tanta gente que se cobre com panos lindos.
 Eu vi, eu tenho certeza, o mundo é sujo.
 Eu orei pra Deus, eu conversei com ele, foi ontem.
 Foi ontem, mas eu não agradeci à Ele. E hoje, não vou agradecer de novo.
 Eu não tenho porque ficar feliz com isso, o que eu vi, queria tirar do mundo.
 Fiquei caído, enrolado, no canto, abraçado.
 Não venha a mim com um falso sorriso, com um forte abraço ou um aperto de mão. Foi ontem que eu vi, e quando orei, não quis agradecer à Deus pelo mundo em que vivo e pelas coisas que deram certo.
 Parece que para ser feliz, tem que sangrar, tem que magoar, tem que deixar esse buraco infinito.
 Eu não vou agradecer, eu não posso.
 Quem hoje foi digno de um abraço? Apenas o meu próprio amor, que tanto sangrou e chorou, sendo usado com lábios apimentados.

 Vá embora, vão embora Não olhe para trás, não acene para mim. 

 A insanidade tomou conta, não sei pra onde vou.
 Sei que aonde vou, disseram que não existe justiça.
 Mas também, não precisamos agradecer pelo dia que tivemos.
 Já que esse dia manchou toda a história. 


31/08/2013 - Terça-feira.
O dia em que tudo mudou, o dia em que o mundo foi mundo. E o garoto que acreditava ter esperança infinita... Talvez... Não tenha esperança... 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Flor-de-lótus



A vida acontece em um piscar de olhos.
 Ao fechar dos nossos olhos, temos a certeza de que as coisas continuaram como elas estavam, nós vimos, o nosso sentido não nos enganou dessa vez, eu tinha a certeza de que até que eu fechasse os meus olhos, nada poderia mudar, até que eu piscasse, o mundo não iria cair. Eu apostaria que tudo continuaria como estava quando eu abrisse meus olhos. 

 Mas não, eu apenas achava. Eu abri meus olhos, e minha vida mudou.
 E quantas vezes eu não vi minha vida mudar, quantas vezes eu não pisquei o olho e me arrependi de não ter aproveitado 1 segundo a mais com o olho aberto? Por fechar os olhos para a vida, eu perdi tempo, perdi amores, perdi minha visão, perdi meus sentidos, perdi meus motivos. Perdi tudo, porque resolvi que descansaria minhas pupilas achando que tudo continuaria da mesma forma.
 A vida não é apenas eu, o mundo não gira em torno de mim, as pessoas mudam, palavras voam, pessoas tropeçam, caem, levantam, nos derrubam, nos afundam, e olham de cima, riem, outras nos levantam. 

 Eu era o centro do universo para você. E agora você me deixou na lama. 
 Morrerei por dentro, irei me acabar, não existirei daqui a tempos para você, não existirei para mim mesmo, não haverá mas eu, se não for no centro do seu universo. 
 Só porque eu pisquei os olhos, e por um desvio da minha personalidade, tudo mudou, você alterou o seu caminho, mudou a calçada e fingiu, que não me viu.
 Te vejo ir embora, corro atrás, dou passos largos, mas você parece estar cada vez mais longe de mim, como se algo te atraísse, como se outra coisa fosse agora o centro do seu universo. Vejo as pessoas todas olharem para trás, você olha, me vê, e ignora.
 Aonde foi parar o amor do mundo? Até quando o choro vai ser vazio e seco no canto do quarto? E o abraço, que valeria ouro, se não for o teu, não vale de nada.
 Pois bem, lembre-se, é na lama, que nasce a flor mais bonita. A flor de lótus.
 E eu irei, assim como ela, nascer aqui, do nada, no escuro, sozinha. Antes acaba, agora nova.
 A beleza da flor de lótus é incomparável, unica, magnifica, essa é a nova eu, unica, magnifica. Não quero ser mais o centro do seu universo, porque agora, eu farei o universo girar da maneira que eu quiser, eu sei o poder que a beleza da vida tem. Quem fica no fundo do poço, aprende a dar valor ao alto da montanha. 

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 Eu demorei para poder escrever de propósito, quis  esperar tudo passar, cada palavra ali é minha, a culpa se algo desse errado é minha. Em homenagem a você, flor-de-lotus, a menina que saiu do fundo do poço e agora, está no lugar de sempre. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Esperar, aguardar, guardar aquele sentimento



Paisagem... Quando a palavra vem a cabeça, logo lembra-se de um lugar lindo, magnifico produzido pela natureza, por Deus, produzido por algo. Algo mágico. Uma transformação e combinação de cenários ao qual o ser humano não precisou mexer, mas parou para observar. Todos os seres humanos já viram alguma paisagem, seja o sol entre as nuvens, seja raios lindos no céu. O importante é lembrar, da sensação de grandeza que sentimos e, da sensação de inexistência que sentimos, ao nos comparar à aquilo.
 Para se lembrar, quando se vê o sol, imponente, majestoso, grandioso, nem sequer lembramos de sermos seres humanos, mas sim, praticamente paramos de pensar, ou não, mesmo que por frações de milésimos só olhamos ( o que provavelmente a ciência discorda ), e observamos, sentimos, pensamos e percebemos. Nenhuma palavra traduz melhor que grandeza, a sensação que sentimos ao observar. O sol, na verdade, se põe ( como outras paisagens acontecem ) apenas para mostrar que todo grande astro, deve se recolher e iluminar outros horizontes, e que até o colossal sol, se esconde e as vezes, cai, lá longe. 

 E sonham, imaginam, viajam, vibram, sentem, necessidade de encarar de frente aquilo, como se o ser humano pudesse estar no mesmo patamar que o sol, que o grandioso sol. Sentimento de decepção. De fraqueza. O sol vive nos guiando, nós giramos em torno do sol, ele é, em partes, vida. E aí, notamos isso e, caímos, dentro de nós mesmos. Somos na verdade, pequenos, em meio ao universo, insignificantes, todos morrem, e depois de duas ou três gerações, são esquecidos. O sol não, o sol, é grandioso.
 Mas é a derrota perante ao sol que nos faz querer ser grandes como ele, que nos faz não querer ser esquecidos. É a esperança, o sentimento que sentem ao olhar uma paisagem, aquilo que enche o peito alguns segundos depois de só olharmos algo lindo. A sensação de que cada um de nós pode mudar o mundo. A sensação de sermos os melhores seres do universo. A sensação de ser tão bom quanto o sol, até porque, o que seria do sol, se não existíssemos para observar sua imensa amplitude... Somos nós que damos valor a tudo isso. A beleza talvez não seja o sol, mas sim, o ser humano que para mediante o sol, encara, entende a sua inferioridade, desafia, perde, mas sente que pode levantar e com aquele sentimento que inunda, seguir sempre em frente e mudar tudo.
 O ser humano, é o ser mais capaz do universo ( quiça da existência, e por que não? ), porque ele produz maldade, mas produz beleza, produz sensações nele mesmo quando capta algo maior que ele, e quando vê algo maior, se enche de vontade de ser tão grande quanto.
 Não encontrei melhor maneira e maneira mais simples de lembrar qual é o sentimento de esperança. O ser que tem esperança, espera, aguarda, guarda, e possui, e busca possuir, algo. Seja a grandeza do sol, ou apenas a vontade de buscar a cada dia, um motivo para viver.


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Ps ( Um ps não perfeito, pois não me lembro exatamente ): Para Carl Gustav Jung - O ser humano no alto da sua juventude é como o sol do meio-dia, ilumina a tudo. Porem, quando fica maduro, ou seja, ao chegar da maturidade, ele se recolhe ( como o sol, que começa a se pôr ), e guarda sua sabedoria ( seus raios ) para poder iluminar a si mesmo.

 Obrigado amigo, esse texto é para você!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

As sombras da persona



A vida... Pede a cada passo para frente, um olhar para trás. Vão lhe dizer o tempo todo, que deves observar teu avanço, deves ser atento aos teus passos oportunos, deve alegrar-se ao conquistar um objetivo, ao traçar a meta e cravar no plano. O olhar tem medo, pode ser que dois passos atrás estava melhor, voltar não é bom, regredir é ruim, ter medo de sempre crescer é um pensamento fraco. 
 Sorrisos, verdadeiros, de pessoas que o amam, mas ninguém está lá, são todas as "personas" que você conheceu, são máscaras, a sua caiu, ninguém te olhou. Estão felizes por você, abrace-as! Fique feliz! Mas quando no meio da festa parar, e notar que só você parou de rir, se retire, não é um lugar para você. Quem nasceu para ser plebeu, será só rei da alma. 
 É um espirito nobre que o cerca, aceite-o. Muitas das vezes que estiveres no chão, sem mais ninguém, algo o tomara pelo braço e o fará se erguer. Negue. O chão é tão consolador quanto a tristeza e a melancolia, que faz de nós tão dependentes e humanos. Sinta frio, sinta medo, sinta dor, seja humano.
 Agora, coloque de volta a "persona", está na hora de voltar a ser quem você sempre desejou ser, quem você sempre se fez ser, e no fundo do ego, você sabe que nunca foi. Débil. Quantas vezes se planejou ser algo que não vai ser? Quantas vezes quis ser alguém que não é. Fraco, tua personalidade não muda. Já não tem mais porque lutar para ser alguém que nesse momento, não aceitaria ser. 

 Desista, de tudo, esqueça. Alguns aguentam apanhar da vida, outros, sentem suas vidas sendo escritas pelo destino.
 O tempo urge, e apenas teus olhos notam essas linhas cansadas, mil vezes apagadas. Desista. Nem sequer a tua mascara deixou de rachar. A quem está tentando enganar...
 Se pediu o fundo do poço, o poço é sempre tão raso. Não temas a dor, não temas a angustia, não temas o olhar que te vê do escuro, não temas as palavras ( isso sim, deveria temer, as tuas próprias ), não temas mais ninguém, temas apenas o espelho. Sinta pavor desse, tenha esta fobia. O maior horror do mundo, é a tua "sombra", são teus passos negros. Fuja o quanto quiseres, mas esse encontro jamais irá adiar. O fogo que tu produz, é o mesmo que te queima. 

 Deixa queimar, deixa. Fecha esses olhos e imagina o escuro do teu quarto. Ninguém te ouve lá. Ninguém te ouve aqui, ninguém te ouve em lugar nenhum. Teu choro mal é notado por quem te cria. Passados dois dias, não haverá quem note teus prantos. 
 Abraça e deixa cair. Segura, sobe e cai de novo. Não tem paz, não tem tranquilidade, não tem calmaria. Para quem está lendo, o fundo do poço já foi até mais que amigo, o fundo do poço já virou rotina. Sair de lá, não é nem mais uma opção.
 Agora, digere, afasta-te. E esquece, quando notarem que você foi o único a parar de rir, coloca a máscara de novo, e esquece do quarto, esquece do poço, esquece da tristeza. Ponha a velha máscara e seja quem você sempre foi, um grande mentiroso.


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Tudo tem um tempo. Depois de um tempo que esse texto ficar aí, quando as pessoas certas lerem, ei de escrever a versão contrária. Ou não. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ninguém

 E se você soubesse que sua vida seria completamente infeliz, você viveria ainda assim?
 E se você soubesse que iria morrer daqui a 10 segundos, quais seriam seus últimos pensamentos?
 E se você tivesse de jogar todos os seus entes queridos fora para conseguir um objetivo, você faria?

 Cuidado, " e se " é apenas uma possibilidade... E se você pudesse vender a sua alma ao diabo, por qualquer coisa no mundo, qualquer coisa... Você venderia?

 Meus amigos, não vejo mais, eles estão tão próximos da minha alma e tão distantes dos meus braços, ah... Quem me dera pudesse agradar a todos eles, caberiam todas as cabeças nos meus ombros, meus amores, oh, meus amores, eu queria amar tanto vocês, no sentindo do mais puro amor possível...
 Minha felicidade se trancou, e eu me vejo com uma chave na mão, guardei-a em uma caixinha, joguei a chave na mão de uma pessoa, e sentei, a espera de um milagre... Antes que essa pessoa pudesse perceber que a chave cabe ali, ela balançou tanto aquela caixinha, e doeu... E sangrei... E chorei... Em silêncio, no meu quarto...
 Se eu soubesse que seria completamente infeliz, eu certamente caminharia de cabeça baixa pelas ruas, choramingando o fato de conhecer meu futuro, e sairiam sangue nas minhas mãos de tanto que eu bateria nas mesmas teclas, eu diria não a mim mesmo, eu diria não, ao meu eu, eu me negaria, se fosse necessário, eu seria o chão, mas infeliz, não.
 É certo que caberiam 10 valiosos segundos em qualquer momento feliz da minha vida, mas nem todos momentos felizes poderiam ser lembrados em 10 segundos, afastaria-me da cadeira, e levantaria minhas mãos ao céu, é como beber um veneno... Eu viveria eternamente depois da minha morte
, a minha alma é eterna, pois eu sou justo.
 Aprendi com as dores da vida, que quando alguém deixa um buraco no seu peito, nenhuma coisa pode fechar, fica ali, podemos nos ver dos dois lados, devemos chorar e querer partir para longe, talvez para nunca mais voltar. Mas aprendi também que só uma pessoa pode fechar o buraco que outra causou. Eu jamais desejaria ter tudo e não ter ninguém, ter alguém é tudo para mim.
 Eu só tenho algo que é meu, e eternamente meu... A minha alma, que juntando com a sua, forma uma alma mais completa e melhor, se eu tenho todos os amores da minha vida ao meu lado, esperando um abraço, eu pediria ao diabo para ir embora, e nunca mais deixar mal nenhum acontecer a eles, porque eu sou feliz, eu sou eu, eu sou a minha alma, quando amo quem eu amo, e quando eu não tenho ninguém, eu simplesmente sou (...)

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Ah... Meus amores, todos os meus amores, eu ainda estou aqui, cabem várias cabeças nesses meus ombros cansados, cansados de nada, de estar tão longe de vocês, meus amores...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Um sonho, sozinho

 Do alto dos meus sonhos, eu pude ver a ilusão
 Sentindo-me sozinho nessa mentira imensa
 Quis parar tudo, e perder meu coração
 Quis fingir não ser simplesmente alguém que pensa.


 O ser humano que corre do perigo, é covarde
 Vemos aquele que assume a responsabilidade ser o herói
 Talvez, para o herói já seja tarde
 Agora, é o próprio tempo que se corrói.

 Eu só sou um ser que existe
 A verdade da vida, talvez seja a morte
 Serei então, alguém mais triste
 Rezarei, para ser companheiro da sorte. 


 A cada dia irei morrer
 E procurar descansar
 Depois, vou renascer
 E então, voltar a sonhar. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Passado, presente, saudades e nada mais

 Eu caminhei por trilhas perfeitas da imperfeição
 Conheci visões diferentes da cegueira 

 Pisoteei a dor enquanto doíam meus pés  
 Perdi infelizmente minha velha felicidade. 

 Batem as badaladas da hora certa 
 Ainda temos a oportunidade de voltar no tempo 
 E ver tudo passar de novo sem novidade nenhuma
 Sem que possamos tocar o futuro. 

 Sem problemas, conheci a cumplicidade
 Que em lágrimas chorava em meu colo, feliz 
 Sentindo saudades dos tempos em que o corpo colava
 Notando o caminho do passado se fechar. 

 Meus olhos veem também um terceiro que sofre
 No meu coração não caberia mais ninguém 
 Minha aura libera felicidade  
 Mas ela tem que sentir um amor incontrolável. 

 Sinto aqui uma brisa, um olhar profundo, que seca minha alma
 Vem de lá um abraço errôneo, porem quente
 E deste lado alguém me foge os braços, eu enxergo 
 Vivo vendo coisas bonitas, onde os ventos parecem estar mortos.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Proposta irresistível

 Levantam-se as enxadas
 O trabalho logo vai começar
 Novamente sobre o sol forte
 Os grandes homens vão fazendo a sua sorte
 Dizem eles que não sabem de futuro
 Que passado já honrou
 Hoje mesmo o rei é ele
 Aquele que estudou.

 Pobre o homem que leva consigo a ilusão
 De uma vida perfeita por debaixo dessas asas
 Asas essas que são frágeis ao toque
 O toque da razão
 Todo conhecimento tem um preço
 É o preço da felicidade
 Quem honrou no passado, hoje, não está mais na idade

 Lutamos por motivos que foram deles
 Eles que lutaram para tentar explicar
 Formaram cálculos e provaram fatos
 Mas a ninguém, conseguiram derrubar
 Falo-lhes com a simples palavra
 De um velho trabalhador infeliz
 O preço está nas vitrines
 Só compra quem não se sente feliz.

 Devo dar ênfase
 Ao fato de que eu errei no início
 Quem conheceu não quis conhecer
 Esse rio de sangue e lágrimas
 Que todos ousam em insistir em dizer
 Ser a nossa única conquista
 Que ninguém levaria
 Não levam, de fato, aquilo que já demos de entrada
 Para comprar a longo prazo, de vida toda
 A nossa infelicidade.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O velho sábio e suas inacreditáveis histórias IV

Um sonho e dois sonhadores
Morpheus aparece pela primeira vez.



 Era um dia terrível, complicadíssimo dia de chuva, o céu desabará naquela cidade, lá em cima tudo completamente escuro, dando até a impressão de que o amanhã não viria, que o mundo entraria em um repleto caos a noite, logo antes se perguntavam todos, que noite? Era ainda dia, antes do almoço quando veio a terrível chuva.
 Zenobi caminhava tranquilo pela cidade que já suportava água até além dos limites, estava alagando tudo, mas ainda raso, e notou um grupo de crianças brincando na chuva, ainda que fosse chuva, era um bom momento para contar uma história.
 Então, Zenobi se juntou aos meninos, e eles logo que avistaram começaram a sorrir e gritar de felicidade:
 - É ele, é ele! Ele veio nos contar uma história! - Dizia um deles, Zenobi sorriu, e colocando a mão na cabeça do menor, procurou um muro baixo e subiu em cima, colocou as mãos em um dos colares e olhou aos céus. A chuva cessou. Os meninos olhavam impressionados.

 - É bons amigos, estava eu, em casa, esperando que Kastas voltasse de um passeio de carro com seus pais, ansioso para vê-lo, afinal, não era todo dia que nos encontrávamos, e então recebi a notícia de que " Estava Kastas voltando desse passeio e no meio da rodovia aconteceu um acidente, um carro repentinamente virou e por azar acertou o carro de meu amigo, fiquei realmente preocupado, pela velocidade com que o carro estava, deveriam ter morrido todos. Mas não, Kastas estava vivo, fiquei feliz, era meu amigo.
 Apesar de ficar vivo, Kastas foi para a UTI e ficou em coma por algum tempo, eu me lembro que ia visitá-lo de dois em dois dias.
 Ficava sentado ao lado da sua cama, triste, abalado, chocado, solitário, sozinho, magoado, indignado, e sentia que meu peito parecia estar se rasgando. Seu pai e mãe morreram no acidente, pois o carro que bateu pegou os dois da frente e praticamente arrancou-os, enquanto isso Kastas que estava atrás fora arremessado muito a frente, mas graças a algo, não morreu.
 Eu sempre soube que Kastas era o homem mais sonhador do mundo, por isso, se fosse eu naquela cama, ele não desistiria.
 Eu não desisti. 

 Fiquei ao seu lado. 
 Passaram-se 10 anos. 
 E Kastas dormia." 
 - Foi terrível, foram 10 anos, parados na vida. Mas não me arrependo nem por 1 segun
o. d
 " Um dia, eu percebi que eu era como Kastas, eu parei minha vida por 10 anos por ele, e ele pararia por mim, eu sonhei que ele acordaria todos os dias, e ele sonhou em acordar também. E um dia, eu sonhei que estava sozinho, e Kastas... Kastas sonhou também... 
 Porém, um sonho, sonhado sozinho, é só um sonho...
 Mas quando sonhamos juntos, é um passo para a realidade.
 Eu estava lá a noite, ao lado de Kastas, que a essa altura já precisava fazer a barba novamente, eu sempre fiz para ele, mas naquela dia eu estava muito cansado, tinha chegado de um dia complicado de serviço, e deixei-me levar para o mundo dos sonhos, o dia lá fora estava escuro e chovia, mais do que qualquer outro dia, causava quase tempestade. 

 O som da chuva era tão alto que fazia o silêncio acontecer fora do quarto... Mas espera. A chuva não causa silêncio. Algo tinha feito tudo se calar lá fora, olhei a janela e... A chuva havia parado, não de cair e castigar a terra, mas parado. O tempo parou, olhei assustado para Kastas, e nada. Olhei para a porta, estava entre-aberta, e algo entrou. 
 Uma mão, branca, como de um morto, os dedos magros e ossudos seguidos por uma unha grande e preta de podre, curvada, seguram na porta. Logo depois, o braço adentrou, pude notar um manto negro velho, e então algo se abaixou e entrou, o cabelo completamente bagunçado, porem liso, sua pele branca me deu uma sensação de sufocamento, de perca de ar, de estar sem espaço, me sentia preso, estavam segurando meu corpo, queria sair dali, estar na presença dele era terrível, me sentia morto, mas obrigado a enxergar aquele ser andando na minha direção, a chuva voltou, a porta estava fechada, mas ele estava dentro.
 E então eu entendi, era Morpheus, mas por que o sonho veio me visitar? " 
 - Por que ele te visitou? - Perguntou um dos garotos, o menor, sorri.
 - Porque naquele dia, Morpheus percebeu que sonhávamos juntos, e isso era perigoso, ele percebeu que estávamos sonhando, um com o outro, mas nos sentíamos sozinhos. E esse era o perigo, o mais depressivo do mundo, é também o mais sonhador. Morpheus veio aquele dia.

 " Ele me olhou, e então, colocou uma máscara em seu rosto, colocou sua mão sobre mim, e eu perdi novamente o ar, olhou para Kastas e quando me dei por conta, estava olhando cada vez mais perto para ele, 1 metro. Colado, olho no olho, dentro do olho, dentro do cérebro, dentro, no sonho. 
 Lá dentro tudo escuro. E eu vi Morpheus, ele olhava assustado para algo. 
 O sonho era o seguinte: 
 Uma roda gigante de fogo, em volta, furacões, e tempestades ácidas por cima, pessoas voando e queimando, sofrendo, chorando e morrendo, pessoas que ele amava, carros batendo, carros voando, tudo quebrando, Zenobi morto no chão, falava e pedia ajuda, sem alma, um espelho, um colar e no meio de tudo isso, Kastas chorava. 
 Morpheus mesmo dominando os sonhos, ficou parado. Zenobi correu, na verdade voou, carros iam bater nele, mas desviavam, a roda caiaria sobre ele, mas algo a manteve em pé, a tempestade não chegava nele. Um pó amarelo o rondava, e então Zenobi chegou até Kastas, ergueu a cabeça de seu amigo, e lhe deu um abraço como nunca antes tinha dado. 
 Sonho sorriu. 
 Kastas acordou.
 Zenobi estava dormindo de olho aberto, enquanto chorava. 
 Kastas chamou Zenobi e ele acordou também, os dois se abraçaram, e mais uma vez, choraram juntos, pois eram amigos, e estavamos felizes um com o outro." 
 - E foi assim que aconteceu, meu primeiro encontro com sonho, aprendi que, um sonho, sonhado sozinho, é só um sonho. E tomem cuidado, o mais sonhador do mundo, é também o mais triste, sejam sempre amigos uns dos outros. - Em meio a aplausos, Zenobi se levantou e mais uma vez, foi embora.

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 Mais depressivo, mais sonhador, conheço alguém assim.
 E lembrem-se, um sonho, sonhado sozinho, é só um sonho.
 Um sonho, sonhado juntos, é um passo para a realidade


sábado, 5 de janeiro de 2013

O velho sábio e suas inacreditáveis histórias III

Kastas, O gênio


 Desta vez quem se propunha a escutar velhas histórias era um tal velho, quase que nem Zenobi, a aparência de Zenobi era incomum, cabe a imaginação de cada dar um destaque. Quem era aquele homem velho? De que lugar ele vinha? Zenobi o encontrará na praia, olhando para o mar, sentado com o rosto no joelho.
 Zenobi coloca sua mão por cima do ombro do velho e senta ao seu lado:
 - É a sua despedida desse lugar não é, meu querido ano-velho? Alguém já tomou o seu lugar.
 E o lugar era lindo como sempre, a areia da praia amarela clarinha, de uma cor que se lembrava ser intocável, e as águas daquele mar misterioso, eram de cor azul celeste e não transparente, era um mar que tinha fim, era uma praia que nunca começava. E olhando para o horizonte, Zenobi começou mais uma história. 

 " Aquele dia em diante, eu e Kastas ficamos sempre juntos, e por incrível que pareça, algo mágico aconteceu, e eu nunca mais resolvi sair de perto dele, porque ele me fazia bem. Kastas me falava de uma coisa muito interessante, me falava sobre a amizade. Mas Kastas não era normal, a amizade que ele criou tinha requisitos e regras, e era difícil ser amigo dele, mas de acordo com ele mesmo, uma das regras da amizade:
 - Amigos não se fazem, amigos se encontram, você é destinado a ser amigo de alguém - Sempre repetia ele.
 Eu particularmente achava lindo, mas só, era difícil vivenciar aquilo."

- Eu achei difícil no começo... 
 " Presenciei aquilo tudo um certo dia, quando junto com outros 2 garotos, fomos nadar em um uma cachoeira, e eu resolvi que subiria lá em cima, mesmo com Kastas dizendo que não era certo, Kastas não sabia nadar, resolveu que ficaria de fora só olhando, e mesmo de fora, sabia que daria risada.
 Pedra por pedra escalei aquela cachoeira, era difícil, e a cada passo sentia um frio na espinha, olhava para o alto e via aquilo interminável, era uma cachoeira em meio a uma floresta grande, mas com trilhas, eu adorava a vista dali de cima.
 Mas o que eu não contava, era com a minha incapacidade de firmar os pés em uma rocha molhada.
 E eu ri, enquanto senti o meu corpo deslizar lá para baixo, eu iria cair na água e provavelmente iria bater a cabeça em uma pedra, talvez eu morresse.
 E vi tudo passar rápido, todas as árvores e até a água chegou rápido.
 Eu cai na água e provavelmente bati sim a cabeça lá me baixo, mas não me vi desacordado antes de ver Kastas, mesmo não sabendo nadar em baixo da água puxando meu braço."
 - Eu sei que ele não sabia nadar. 
 " Acordei na casa de Kastas, era um quarto grande, cheio de video-games e coisas do tipo, ele tinha vários posters de bandas de rock e coisas do tipo, eu estava sobre a sua cama de casal, com a cabeça enfaixada, Kastas havia salvado minha vida e provavelmente me levado até o seu quarto.
 Achei magnifico. "

 - Você sabe o que é um gênio, meu senhor? - Mas ninguém respondeu. - Gênio para mim, é aquele que tem uma ideia em mãos e a executa com uma maestria nunca antes vista. 
 " Levantei-me ainda tonto, sentei na cama e olhei para o criado-mudo de seu quarto, e lá, encontrei algo familiar. O espelho de Mephisto, quebrado.
 Peguei-o na mão, admirei-o, e senti que naquele momento, algo falou comigo, era uma voz dentro da minha cabeça que dizia:
 ' Pague o preço necessário e escolha por salvar a vida de alguém que outrora foi perdido. E veja então, o seu rosto no espelho como contrato feito '
 Cerrei os olhos contra o espelho. Pagar o preço pela vida de alguém? Quem disse aquilo? Eu mesmo?
 Suei frio, olhei para os lados, ninguém.
 Era eu mesmo, olhei novamente para o espelho:
 ' Zenobi, alguém te espera, e o preço foi pago, a tua alma pela dele '
 E então, mais um frio na espinha, vi meu irmão no reflexo do espelho quebrado.
 Olhei fundo, gritei seu nome, e então, senti minhas mãos fraquejarem, olhei-as, estavam necrosando, olhei meus braços, estavam ficando fracos, meu rosto no espelho, nem era mais visto. "
- Eu perderia minha alma para Mephisto. Mas eu tinha alguém comigo, Kastas, o gênio. 
 " Alguém segurou a minha mão. E a mão que ele havia segurado recuperara a cor e a força, um colar foi posto em meu pescoço. 
 - Fé Zenobi! Só a fé de que eu estou com você vai te salvar, eu doo minha alma por você, porque você é meu amigo!
 E então, uma luz se fez no espelho. Algo me dizia novamente que tinhamos vencido Mephisto. Meu amigo doou metade da tua alma, e eu metade da minha, meu irmão foi visto no reflexo.
 Eu não via nenhuma alteração no meu corpo, e nem Kastas no dele.
 Sobrevivemos. Kastas era um gênio por ter falado de amizade, por ser amigo.
 Nos abraçamos e eu chorei durante alguns minutos. "

 - E foi então que eu conheci o gênio e a sua ideia, amizade. Mestre das amizades, o amigo, o gênio. - E então Zenobi observava o homem velho ir embora, andando em direção ao mar, talvez ele tivesse alguém para ver. Zenobi sorriu, e segurou com mais força o colar em seu pescoço. 

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...
Amizade.