domingo, 30 de dezembro de 2012

O velho sábio e suas inacreditáveis histórias II

Kastas, O amigo.



 Mais algum tempo havia se passado, talvez dias, talvez meses, talvez anos, ou apenas algumas horas, e o sol voltava a reinar nos céus, forte e imponente, era um dia quente, tão quente que as sombras que abrangiam a escuridão estavam ferventes, o velho já estava de fato que acordado antes mesmo que o sol viesse dominar.
 Arrumara a trouxinha de utensílios e fora caminhar por entre o campo tendo como meta final uma grande árvore perto da cidade, o velho se vestia com uma velha camisa que o mesmo rasgou as mangas de forma a deixar a camisa em formato regata, uma velha calça de moletom de uma cor cinza e botas antigas, sabe-se lá de quando eram. Nas suas orelhas ele trazia dois brincos de um lado e um do outro, e um colar no peito, com um aliança como simbolo do infinito. 

 O seu caminhar era de fato lento, pois era realmente velho, ninguém nunca perguntou a sua idade, mas o nome interessava, ele se chamava Zenobi, ou não, não saberiam dizer na realidade. Os passos eram firmes, porem mancava descaradamente de uma perna, da esquerda, a qual sofreu um dia um acidente no joelho, mas essa inacreditável história, ainda será lembrada. 
 Caminhava por entre o capim alto, por entre a trilha de terra, passou do lado da praia e por alguns minutos, admirou o mar, o lindo mar que ele sempre amou, e a areia, de uma cor leve amarela, quase intocável. O mar aquele dia estava calmo, as ondas eram pequenas, mas quebravam com fúria sobre a beira da areia. Ninguém visitava aquela praia, o que dava a ela um tom mais mistico, o por que? Essa inacreditável história ainda será lembrada.
 Ao retomar a caminhada, Zenobi se lembrou de Morpheus, e da noite passada, Morpheus havia pedido para o velho em um sonho, que lhe desse a luz da noite, que mostrasse ao mestre dos sonhos ( o próprio sonho ) o que era sonhar. Mas Zenobi era um velho humilde.
 E então logo se avistava a enorme árvore, a quem ele chamava durante uma fase da vida de Yggdrasil, a árvore da vida, até porque ela fez parte de metade da sua vida, e essa inacreditável história será lembrada também.
 Lá, um pequeno grupo de pessoas esperavam algo, o velho chega, põe a sua trouxa de utensílios sobre o chão, acaricia o carvalho, material do qual a árvore é composta, e só então, olhou para todas as pessoas, em destaque para uma mulher, que segurava um bebê, bebê esse que estava encoberto por panos os quais tampavam seu provável lindo rosto.
- Vocês vieram, como todo o ano... Obrigado, até me sinto, alguém que é importante - Brincou o velho, e todos riram, menos a misteriosa mulher que segurava o bebê, Zenobi estranhou.
 E após as risadas que descontraiam o cenário, Zenobi fechou novamente a expressão, como se tivesse realmente algo sério a dizer. Coçou a sua barba enorme e então começou: 

" E mais uma vez, eu venho como todo o ano contar uma história a vocês. Eu realmente não sei porque essas histórias são contadas, se vocês precisam saber ou eu preciso contar, mas, logo após a morte de meu irmão, muita coisa aconteceu, casos de polícia e outras coisas mais, e passaram-se anos e anos. E a esperança de que um dia ele voltaria realmente como um herói nunca morreu dentro de mim. O que eu guardei de recordação dele? Uma camisa, com um 'S' no peito, uma camisa de que ele adorava muito usar. O resto nós doamos, eu sempre me sentia sozinho quando olhava para as roupas dele. Meu pai e minha mãe brigaram muito, mas de fato, eu não me importava.
 Morei em uma vila de respeito, onde muitas crianças brincavam e cada uma fazia seu nome ser um destaque um dia mais. Mas eu preferia não me envolver, a morte do meu irmão foi triste demais, e gostar de alguém, seria muito difícil para mim. Mas um dia, eu estava sentado na minha calçada, naquela enorme rua reta de asfalto, olhando para cada árvore de cada casa que eram exatamente iguais, diferentes apenas nas cores, e notei que alguns meninos que aparentavam ter a minha idade me cercaram. Estranhei o fato.

Mas alguns deles me olhavam com rostos gentis, outros, não. 
 Um deles me esticou a mão, olhei fundo nos olhos daquele garoto. Ele certamente tinha a minha idade, tinha olhos castanhos escuros e um cabelo liso castanho na altura dos ombros, corpo atlético. Lhe dei a mão e mal sabia, lhe dei também confiança. Ele se apresentou:
- Sou Kastas. E viemos te convidar para ver um duelo, o meu duelo com o Mephisto. O menino que quer me tomar o posto de líder da rua. Qual seu nome? - Me surpreendi, quer dizer que ali, a rua tinha um líder?
- Sou Zenobi. - Respondi - Por que veio até mim?
- Quero que fiques ao meu lado, e torças por mim, afinal, eu sou o mocinho da história, Mephisto não é nada bonzinho com quem perde - Foi a gota d'água para mim. Mocinho é? Então ele era um herói? Assistiria ao seu lado.
 Segui com os meninos, e notei que a aposta que levaria a decisão do líder da rua, era um item de mais valioso de cada participante. Kastas apostou um colar com uma cruz, dizia ele ter sido do pai dele. Mephisto apostou um espelho que não mostrava o reflexo. Todos acharam estranho e não aceitaram, mas a confiança de Kastas era enorme. Ele não se importou com o que era, sabia que ia vencer. Por esse motivo, dei um passo a frente, retirei a camisa do meu irmão e a coloquei em disputa.
- Valioso para mim. - Foi somente isso, de maneira ogra, me sentia envergonhado.
 Me olharam com olhares duvidosos, mas deixaram eu participar. A rua era longa, e parecia não ter fim, Kastas suava frio, eu, já achava que tinha perdido, mas confiei no mocinho, e Mephisto... Seu olho brilhava" 

- Se tem algo que eu aprendi nesse dia, é que nunca se pode vencer o diabo em uma disputa de jogos...
" E então começamos a correr, eu larguei na frente, disparei, via o vulto das árvores ao meu lado, via o vulto das pessoas, via o vulto de tudo, o problema era esse, não era normal ver vultos. Era algo estranho a se pensar. Kastas foi em seguida e tomou a frente, corria como nunca, atlético, mas cansou rapido como nunca antes tinha acontecido. Mephisto foi, e não parou. Iria vencer.
 Eu me desesperei, não queria perder a camisa do meu irmão, ele levaria parte de mim com ele. Fechei os olhos e corri, corri como nunca, e por alguns segundos, eu venci o Mephistopheles. Eu venci ele em uma disputa.
 Mas ele não podia ser vencido. Me olhou, e eu simplesmente caí.
 Kastas passou por mim, estava quase no final, e aproveitando a distração dos dois concorrentes, ele poderia ter ganho. Poderia... Ao me ver cair, Kastas parou bruscamente, invocando um freio que o seu joelho não tinha, ignorou a dor e me deu a mão, ainda em tempo de perguntar:
- Você está bem Zenobi?
 Estiquei a mão a ele, e acenei com a cabeça que sim, já me conformando de que tinhamos perdido. "

- Mas algo estranho aconteceu... - Zenobi então, andou até a árvore e lá encontrou seu nome riscado com uma navalha na época, e o nome de Kastas na frente. - Não se vence o diabo em um jogo. Mas vencemos o diabo com o coração. Ali eu percebi que eu encontrei um amigo.

" Mephisto parou, e não se moveu mais até o fim, em tempo de que Kastas corresse e me vencesse em uma disputa limpa.
 Fiquei feliz.

 Mephisto nos deu as costas e foi embora.
 Kastas ergueu o espelho e o seu colar, e fez questão de me devolver a camisa. Fiquei ainda mais feliz. Dali para frente, nos demos muito bem. " 

 Assim que Zenobi terminara a história, notou que algumas pessoas sorriam, menos a mulher misteriosa, caminhou até ela em silêncio. E a cena se dividiu em duas. A realidade, e a verdade. Que naquele momento foram diferentes.
 Na cena real, Zenobi acenou a todos, agradeceu e foi embora, prometendo voltar nos próximos anos.
 Na cena verdadeira, Zenobi caminhou até a mulher, esticou a mão para o bebê, ela sem demoras entregou, ele, pegando o bebê nos braços, retirou o pano de seu rosto, e notou ali, o bebê mais lindo que já vira na sua vida, aquele era o bebê mais luminoso e magnifico que já tinha encontrado.
- Vá meu querido ano-novo, cresça, cresça e leve para todas as pessoas que conseguir, um pouco de bondade e amizade. - E então entregou a criança até a mulher. Se virou e realmente foi embora. 


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Esqueci de me dizer.
São histórias inacreditáveis.
O primeiro texto. Do herói, é em homenagem ao meu irmão, meu herói.
E este é à meu amigo. Kastas... Tentará ser como você foi na minha imaginação amigo. Obrigado!

E feliz ano novo a todos! Que tenham amigos, e que esse seja um ano de boas ações. Até porque, a vida cobra. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Serás lembrado

 

Para ser lembrado de que não foi esquecido,
 E terás a certeza de que nada se modificou, 
 Serão ajustados os pensamentos, 
 E serás lembrado de que não foi esquecido.

 Cansado de culpa,
 Justamente sentindo a falta de um abraço do silêncio,
 Esqueceram das guerras,
 E me deixaram aqui, tocando o nada. 

 Lendo histórias que não tem fim, 
 Vendo o próprio fim das próprias histórias, 
 Relembrando os velhos momentos de felicidade, 
 E tendo a antiga esperança no vazio.

 Vazio, 
 Me sinto cheio, 
 Cheio de que? 
 Sinto a falta das velhas histórias e dos velhos tempos. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O velho sábio e suas inacreditáveis histórias



Eram três horas da manhã, em uma casa velha, no meio do nada, de um lado alguns capins até certo ponto altos, e do outro além dos capins, uma trilha de terra que levava para algum outro caminho onde o destino final era a praia. O vento batia forte sobre a velha casa de madeira, de modo que aparentemente chegava a balançar, vinha uma ventania forte por aí, o céu, ainda que nublado, aparentava ser lindo, de uma cor duvidosa entre roxo e rosa, que poderia até passar a impressão de que essa noite choveria, a casa parecia se mover não pela força que o vento impunha, mas se movia junto ao vento, como uma dança suave de ir e ficar, mas não retirar a base, e tudo estava escuro dentro daquela casa, o silêncio aniquilava a sensação de conforto, e trazia consigo o desespero de estar tudo caminhando para um desastre catastrófico que aconteceria graças a ventania. Tudo estava escuro naquela casa, menos o quarto...
 Um velho homem adentra um quarto minúsculo, passando pela porta de madeira que nem sequer tinha mais a maçaneta, a passagem era estreita para quaisquer pessoa com mais de 1,70 cm, ao lado da porta uma rede que cruzava o quarto, uma rede roxa e amarela, de tão velha não aparentava nem sequer ter essa mistura de cores chamativas, a rede era ligada por um arco preso na parede perto da porta e outro perto da janela que não tinha sequer como ser fechada, pois ali havia apenas o buraco de modo que a noite fazia muito frio ali dentro, ao lado da janela, uma unica cadeira perto de uma mesinha pequena de madeira simples, já mordida nas pernas por alguns roedores, em cima da mesa duas velas e uma caneca com água, e colada a mesa o ultimo móvel do quarto, um velho armário com apenas uma porta colocada de modo correto. A poeria e a areia que aquele lugar tinha chegava a ser broxante, desanimadora, aparentemente as únicas coisas que eram movidas de lugar era a rede onde o homem provavelmente se deitava e a caneca. 

 Já são 3 horas da manhã, logo ele chega - Pensou o velho, e sentou-se na beira da janela, a sentir o vento forte e observar o matagal balançar violentamente de um lado para o outro.
 E então, por alguns instantes o vento para, o capim não balança, o som do vento não mais incomoda, a chama da ponta da vela gasta não queima mais com tanta intensidade, e um calafrio pode ser sentido, a água não era mais potável, os roedores não queriam mais roer, e o velho, bom, o velho se pôs de  pé a observar o acontecimento. 
 Algo abre lentamente a sua porta, uma mão branca, tão branca que chegava a ser pálida como de um morto, de unhas grandes, tortas para dentro e pretas, avançam empurrando a porta até que algo precise se abaixar para poder adentrar aquele cômodo, os cabelos pretos bagunçados de sempre, um rosto sem expressão e olhos frios sem sentimentos talvez fitavam o velho, e então, o vento volta a zarpar pelo campo aberto até que atingiu mais uma vez a velha casa e fez com que o roupão de Morpheus cintilasse e quase voasse, mas ele segurava com a ponta dos dedos a sua vestimenta negra, atravessa o quarto passando por baixo da rede e senta na cadeira que já estava a sua espera, e tudo volta ao normal, os roedores voltam a roer o pé da mesa, a água volta ao seu estado normal, mas o velho não se sentia muito bem ali.
 - É isso não é velho amigo? Você veio a mim ouvir mais uma história... - Perguntou retoricamente o velho até o sonho, que nada respondeu, e só olhou.
 - Pois bem... - E dizia o velho -
 " Quando eu vim a este mundo, tive de pecar pela primeira vez antes mesmo de saber o que era respirar e viver, ao sair da minha mãe, em um parto comum, causei nela muita dor, de modo que ela gritava, suava frio e sentia que não estava dando certo, o médico tentou dizer a ela que seria melhor cortar a sua barriga e tentar me retirar assim, mas ela era uma mulher forte, e não quis, dizia ela, que poderia dar errado, chorou de dor, gritou, mordeu um pano e fez força, não para que a dor parasse ou para que eu saísse, fez força para tornar vivo o sonho de ter um filho a quem ela só queria amar.
 E ao assim eu nasci, ganhei um nome, e uma casa, um abrigo, e desde quando eu soube o que era viver eu me lembro de ter um irmão, que morava comigo, brincava comigo, e era parte de mim e da minha felicidade.
 Logo de manhã eramos um grupo de desbravadores da floresta, a noite eramos cowboys que tentavam laçar os bois, e a noite, eramos heróis que salvavam a mocinha do perigo do vilão... Que era meu pai...
 E meu irmão era meu parceiro, meu amigo, meu comparsa, meu cúmplice, meu companheiro, meu confidente, meu irmão. E eu não sabia não viver com ele, eu dormia com ele, eu vivia com ele, e eu era parte do que ele fazia.
 Mas a nossa imaginação virou realidade, meu pai era na verdade um político corrupto que foi caçado, e quando descobriram aonde morávamos, vieram atrás dele, mas no caminho, encontraram meu irmão com uma espada de madeira apontada para suas gargantas, tiraram aquela pequena criança do caminho, mas ele queria ser herói, a verdade é que ele era o meu herói, mas ele quis salvar a vida de um civil, até que atirou a espada no olho de um dos moços que vieram linchar o meu pai.
 Foi a mais estranha coisa que aconteceu na minha vida, eu poderia jurar que naquela dia eu iria perder o meu irmão, mas a realidade era que, mesmo sendo uma criança, ele era um herói, porque pediu para que fossemos embora, fugidos, enquanto todos se preocupavam com o homem com o olho ferido, corremos pelo fundo da casa, todos nós, os quatro, lembro-me de passar por dentro da minha cozinha enorme e farta de comida a mesa, a noite era escura e a sala de estar estava apagada, meu pai corria atrás guiando-nos com berros e gritos, minha mãe corria ainda mais atrás, puxando meu irmão pelo braço, e eu na frente, acabava de passar pela porta, alta, de ferro, onde eu trombei levemente e tropiquei quase caindo no jardim, mas segui firme, olhei para trás, e tinha a certeza de que estavam todos lá, meu pai, minha mãe, meu irmão.
 Abrimos o portão dos fundos, e eu ouvia sem parar os gritos, a verdade é que eles estavam chegando até os fundos da casa, mas meu pai veloz como sempre, abriu o carro e colocou a todos lá dentro, deu partida no carro novo que havia acabado de comprar de forma rápida, saímos, eu olhei apavorado para o meu irmão, e ele estava com uma expressão firme, mão nas costas, e rancor no rosto, assustei-me mas não percebi o prego em suas costas, provavelmente ninguém viu, ele estava atrás e agora sentado, ao passar de carro perto de um homem vi duas coisas de relance, uma foi uma pedra que o civil atirou e passou pelo vidro do carro e acertou o banco da frente do passageiro, minha mãe, que na hora desmaiou, eu gritei, mas gritei mais ainda quando vi que meu pai se desesperou. 

 Seguimos, um turbilhão de vozes e barulhos, eu não sabia nem o que era ser corrupto direito, não sabia nada sobre aquela profissão, mas a segunda coisa que eu vi, foi chocante e nada eu pronunciei para a minha infelicidade para o resto da vida, a porta do carro do lado de meu irmão estava apenas fechada e não trancada, logo, com tantas curvas do meu desesperado pai, a porta se abriu e ele bravamente se jogou para fora, e ergueu a espada contra a multidão, suas costas feridas, sangrando muito, minha mãe no banco da frente desmaiada, meu pai nervoso. 
 A ultima visão que tive daquele herói, foi quando a brincadeira tornou-se realidade, ele me olhou e com o dedo indicador a frente dos lábios se virou e ergueu a espada contra a multidão, andando na sua direção.
 Eu não acreditei, mas eu sempre soube porque eu não chamei meu pai naquele momento, eu amava o meu irmão, eu amava... Amava tanto que deixei ele lá fora, ainda que meu irmão tivesse apenas 16 anos, eu deixei ele lá, eu era uma criança e não disse nada, me abaixei como meu pai havia mandado e fiquei quieto, chorando.
 Ele fora perceber alguns quilômetros depois, mas ainda estávamos correndo perigo, meu pai não retornou por dois motivos:
 Meu irmão mais velho não era filho dele.
 Ele nunca brincou de ser herói.
 Meu pai seguiu."
- E eu amava meu irmão - Disse o velho finalizando.
 Morpheus levantou-se, olhou com o canto do olho para o velho e soltando o pó por cima do próprio corpo sumiu, aquele homem sábio sabia, ele sabia o que o sonho precisava ir fazer agora, olhou mais uma vez para o céu daquela noite, notou que agora o céu parecia estar mais estrelado, a lua estava linda, e nada de ventania, e ao deitar na rede para dormir, o velho sussurrou...
 - É velho amigo, você precisa fazer algum garoto que perdeu o irmão sonhar com heróis essa noite não é? - E se virou para dormir na rede que balançava. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Suavidade da descoberta

 A suavidade do Justo e do Insano... Precisa ser mantida... 




 Contatos rápidos com momentos de felicidade
 Interagindo com o nosso futuro cada dia mais
 Sentindo passar pelas nossas mãos cada escolha
 Que nos trás águas divisoras, sem que possamos escolher dividir.

 Cada escolha tem uma consequência, e sabemos delas
 Nós não podemos enganar o destino, ele que vive nos ludibriando
 A resposta para todas as perguntas sempre esteve dentro de nós
 Mas a pergunta certa para alcançar cada resposta esteve sempre com ele... O destino.


 A crença mostra que quanto mais otimista és, mais tempo permanece embolando a linha do destino 
 Enquanto isso o destino desenrola você e te tem na mão 
 As palavras vão saindo, e nós, ao vermos, ficamos apenas sorrindo... 
 E quem lê, sabe que veio de um lugar, onde nós mal nos conhecemos. 

 E pouco a pouco vamos superando a nós mesmos...
 Dando assim uma solução ao nosso bolo, desfiando linha por linha e descobrindo o futuro 

 Enquanto o destino se complica vendo que chegamos nós a conclusão 
 O escritor descobre que quem domina o destino é ele.

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Em homenagem a uma pessoa que virá a acompanhar o blog....
Escrever... É a arte da libertação, e da auto-descoberta.
Fique bem.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ode ao sofredor



Enquanto o momento não passa, sentimos uma imensa dor no peito 
 Esse momento tarda a passar e é o nosso peito que arde com um fogo em combustão 
 O momento que dificilmente passa trás consigo milhares de agonias humanas 
 Aquele instante interminável em que estamos solitários e amargurados na infinita solidão. 

 As vozes da irmandade não nos falam mais 
 O som que antes nos acompanhava fielmente agora foge de qualquer aproximação derradeira 
 A canção que outrora adorávamos cantar dessa vez parece ter ficado repetida 
 E a mão amiga não nos trás mais som de presença ao tocar no ombro. 

 E paulatinamente nos deitamos nossas cabeças nos nossos travesseiros e nos sonhamos distantes 
 Uma vez mais a cada dia que se passa a esperança de que algum dia alguém nos buscará pela mão e nos levará a um lugar lindo 
 Hoje a fé ainda é pouca, mas já podemos até ver o lugar, um lindo céu azul, com nuvens brancas as quais nós pisamos, flores que flutuam ao seu lado e são também suas, pessoas sorridentes que querem te abraçar 
 Daqui a pouco na verdade estaremos lá, abraçando nossos antigos conhecidos de branco, que nos passaram com um toque leve sobre o peito a paz eterna. 

 Coloque-se a conhecer, coloque-se a caminhar sobre uma trilha divina por meio das florestas que sorriem e te oferecem frutas 
 Ponha-se a dançar com ursos que te abraçam e levemente te carregam nas costas 
 Proponha-se a deixar que as cobras dancem para você enquanto você tem um almoço com seus irmãos 
 E deixe sua imaginação te levar embora para um enorme castelo onde vive uma linda princesa a sua espera. 

 Nesse mundo mais mágico, os mais antigos reis irão admitir sua opinião sobre seus enormes reinos de fantasias 
 Ali naquele plano, seres elevados irão concordar que passastes por coisas na vida as quais eles mesmos não aguentariam 
 Aperte a mão de quem lhe agradece a companhia 
 E não pare de sonhar nunca, com um lugar tão lindo e tão perfeito, que existe sim, lá no céu ou em outro planeta, mas que o tempo todo, só existe porque você acredita nele.

 Acorde e veja que no fundo, foi só mais um sonho 
 Volte a sentir a solidão da vida, sentir o peso do mundo nas costas 
 Faça tudo aquilo que você sabe que ninguém mais faria, mas no fim do dia 
 Volte a dormir e sonhar com o lugar em que todos dançam e cantam esperando por você. 

sábado, 13 de outubro de 2012

The Chosen One

  E é falando um pouco de tudo, que eu ajudo as pessoas a descobrirem que elas e inclusive eu não sabem nada sobre mim. 




 A chamada, a contagem regressiva, o canto, o soneto, o poema, a canção, a letra dos passos, a voz, as leis. Ouve-se tudo do lado de fora da porta de casa. Enquanto quieto, meditando, com os olhos fechados e longe do mundo, eu enxergo o som dos passos que saem dos pés atormentados das dores, como se a batida contra o chão, fosse um urro de dor pedindo para que parasse. 
 Quando sentado na praça, em silêncio, sozinho, solitário, percebo o céu que não para de se movimentar em volta do globo da minha cabeça, as nuvens levemente mechem-se e deixam suas justa-posições para que outras nuvens possam conhecer o meu solo, o plano, o lugar por onde eu caminho, a trilha que vai tecendo as linhas da minha vida. 
 Meus olhos ficam vidrados nas pessoas que do outro lado da rua caminham, as que nem sabem que eu existo, as que desconhecem os meus motivos, aquelas pessoas que violam as minhas regras, e me vejo olhando pelos olhos delas para a praça, eles enxergam as árvores, sempre verdes com as suas copas repletas de folhas graciosas que balançam ao inacreditável violar dos ventos, conseguem ver também o chão não cimentado, feito com a terra da pura natureza, marrom de uma cor antes dificilmente vista na grande cidade, mas as pessoas não conseguem sentir que ali, existe uma pessoa, elas se perderam, os seres humanos, não tem mais trilha, eles não possuem mais o direito de estar em um lugar observando as outras pessoas ou contemplando os céus, eu não existo para aqueles que se incomodam com a minha existência. 
 Então eu entro em transe, eu surto, eu não me desligo desse mundo, e entro em contato com a minha alma, ela me dizendo que eu preciso fazer algo, que é necessário que eu lembre essas pessoas, de que os céus, tem de despertar um desejo no ser humano. Tenho que lembra-los que o amor é a benção dos condenados, é a mão de Deus sobre o homem que ora, e ter uma alma, é uma certeza, mas encontrar a alma gêmea, tem uma condição extraordinária, é ter um amigo, é ter um amigo. 
 Quem nesse mundo, há de ficar sozinho quando tem um amigo? 
 Quem aqui há de se sentir solitário quando se é amado por alguém? 
 E tanta gente vive nesse buraco, nesse aperto de chegar ou não o dia 30 do mês. 
 Eu disse a minha alma, que eu aceitaria o seu pedido. 
 Ela me pediu, para amar, encontrar os meus amigos que por aí estão perdidos, que eu falasse com Deus, que eu procurasse fazer o ciclo do mundo, voltar a rodar nos céus novamente.
 A verdade é que existe algo no céu, e eu acredito que seja a nossa própria alma. Me disseram que era isso, e que eu mesmo, precisava voltar a enxergar as nuvens.

sábado, 29 de setembro de 2012

Aqui cabe um titulo

 Sem fonte especial, sem imagem, sem gostos certos...
 Aqui é onde o caldo entorna...
 É onde eu não sei o que dizer, eu fiz algo errado...
 Dei asas a pássaros que não sabem o que é voar...
 E eles, machucaram minha asa também...
 Eu vou olhar para o céu a procura do pequeno príncipe...
 "Temos que aguentar duas ou três larvas, para ver borboletas"
 "Não posso esperar algo que alguém não possa me dar"
 "Tu é responsável por aquilo que cativas"
 "Vem do norte o vento sul"
 "Baleias não voam"
 "Homens justos não morrem, pois tem a alma eterna"
 "Conheça-te a ti mesmo"
 "Mudança"
 "Merecimento, merecimento, merecimento e intensidade"
 "Olhe nos meus olhos, e veja a minha essência"
 "Tem horas que, um homem precisa fazer alguma coisa"
 "Não é questão de quem bate mais forte, ninguém bate mais forte que a vida, a questão é quem aguenta apanhar mais, é assim que se ganha"
 Ganhar da vida...
 Sofrer enquanto vive e esperar para ver coisas lindas...
 Fazer alguém te amar é culpa sua... Mas, e quando não é o sentimento que fala mais alto, e sim o corpo?
 Alma, faz você feliz em alguns momentos, mas... E para onde vai tudo isso?
 Conhecer a mim mesmo, e no final, saber o que pode me magoar mais... Ou saber fingir que sou mais forte do que sou em alguns momentos?
 Mudar para se preservar ou porque não aguenta mais?
 Merecimento, e eu mereço? Intensidade tá difícil...
 Meus olhos ainda dizem sobre minha essência?
 E quem é homem aqui? E que coisa eu tenho que fazer?
 A vida bate forte demais em alguns momentos, e eu aguento, mas as vezes, seus fracos socos rápidos de meros detalhes me derrubam...
 Eu to cansado chefe... Eu to cansado...
- E quando um adulto chora, as crianças fazem "EI, Você fez um dodói, a culpa é tua"... Será sempre minha? E quem divide a minha dor? DEUS? E eu, vou chorar no OMBRO DE QUEM?  DE NINGUÉM, DE NINGUÉM.
 Não vejo ninguém, porque o meu choro é motivo de planos... Bons e ruins...
 Eu sempre estou feliz... Sempre pronto para outra...
 As coisas sempre terminam bem... Vamos rir... HAHAHAHA....
 Eu sou o homem mais feliz do mundo!
 Eu sou completo... Egocêntrico...
 E não canso de adicionar partes a esse texto...
 Não me venha falar hoje a noite disso aqui, é chato demais até para mim...
 E eu to canso chefe...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eu mudo



 Eu mudo, e permaneço o mesmo 
 Eu me altero e nunca saio da minha órbita 
 Eu raramente sorrio, e nunca deixo de sorrir 
 Eu dificilmente choro, e sempre vejo a lágrima por aqui rolar. 

 Amor é um sentimento divino 
 Tão divino que some se não existir a presença 
 Ele nem sequer precisa estar vivo 
 E some quando não temos o que queremos. 

 A lembrança nos permite a felicidade 
 Felicidade que vai embora e vira tristeza  
 Os sorrisos do começo de cada manhã 
 Viram fotos no final do dia. 

 Eu sempre suspeito de tudo 
 E fico tranquilo como se nada fosse acontecer 
 Me preparo sempre para o susto 
 E deixo tudo acontecer. 

 Sou diferente de todos os humanos
 Ao mesmo tempo queria ser muito igual 
 Assim, eu vejo dali de cima, o que eles tem de tão mal 
 E desse modo, vejo que ao descobrir, mais eu procuro. 

 E mudo porque tenho medo de ser o mesmo  
 Mudo mesmo porque eu quero estar sempre no mesmo lugar 
 E o mundo roda, e eu querendo ficar atrás 
 Para que eu possa observar, essa bola que gira. 
 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

São Treze Numeros de Sorte



Mais uma vez jogo ao vento 
 Minhas esperanças e minhas crenças permanecem as mesmas 
 Mostro-te na cara, que agora são treze
 Treze problemas diferentes para Treze pessoas diferentes. 

 Antes eram doze, e já vinha bailar na minha mente a dor continua 
 Agora que são treze são sorrisos 
 Dessa vez fica difícil, são olhares 
 E os ventos batem cada vez menos, tornando quente. 
 Enigmas, segredos e sem roupa nenhuma 
 A vontade de puxar o braço do destino e mandar ele obedecer 
 Quem escreve a história sente a vontade pelos dedos congelar 
 E o olhar se assusta diante seu próprio corpo. 
 E agora que são treze? 
 O desespero é maior, o olhar é mais pecador 
 E a sabedoria vai se deixando levar  
 Como a alma que precisa do corpo. 

 Se fosse do jeito que eu imaginei, o lábio bastaria para o canto 
 Mas a tágide não permite que olhemos para os lados 
 E eu chorarei 
 Porque a alma precisa do corpo, e a alma quer o mesmo, o olhar não mente. 

 O toque, a fibra, a vontade, o som  
 Tudo dá-se a entender, que são treze 
 Treze problemas ou mais que isso vai causar além do sangue esticado pelo futuro 
 E as lágrimas que irão rolar ao caixão. 

 A criança sorri quando brinca com o boneco 
 O menino, sorri quando brinca de lutar 
 E a menina, sorri quando encontra o olhar 
 Os homens, sorriem, e depois se deitam, acabaram de se vingar. 

 Ao ver a chacina feita os pelos da nuca se arrepiam 
 E sentem na pele o que é o problema 
 Sorrisos maliciosos que pedem mais sangue, o ferido, pedindo para ser morto
 E o assassino, lambe a faca.  

domingo, 23 de setembro de 2012

Justo e o Insano - Terra das enganações

 Eu voltei... É necessário minha presença aqui, preciso salvar o dia de alguém... Sou justo.
 Eu voltei... É necessário minha presença aqui, preciso estragar o dia de alguém... Sou insano





 Olho para os céus todos os dias, e fico imaginando que um belo dia veremos um céu azul, de nuvens bem branquinhas lado a lado e no centro uma escada enorme, cheia de rosas em volta, uma linda escada que nos levará ao céu. Ao inimaginável mundo desconhecido onde alguém vive, não sendo carne, não sendo vivo ou morto, sendo uma entidade e ao seu lado, almas e almas esperando por um lindo abraço que nos daria a impressão de que tudo está bem...
 Mas será que nós seres humanos, aqueles que duvidam tanto um dia podem encontrar mais do que a impressão de felicidade? Será que sabemos o que é a felicidade para tê-la? Será que tudo nessa vida não passa de uma simples impressão ou sensação de que está certo ou errado? Eu me faço essa pergunta. 

 Tive a impressão de estar em uma ilha enquanto dormia, uma ilha em que eu conseguia ver almas, de pessoas que estão comigo no plano dos vivos e pessoas que estão no plano dos mortos, imagino eu. Pessoas que eu nunca vi e pessoas que são próximas a mim e todas elas estavam tentando me dizer algo, mas eram impossibilitadas por um velho que tomava conta das almas.
 O velho de cabelo branco um tanto quanto ralo, de barba longa branca tinha rugas no rosto e um olhar cansado, de quem tinha um fardo enorme a carregar, ele tinha a chave que abria os cadeados dos pulsos das almas e eram tantas chaves que chegava a pesar. Quem ali não queria ser livre que não importunaria o velho? 

 E as almas me falavam e me falava também o velho "Não dê ouvido a eles, são todos egoístas que querem apenas tomar-lhe como objeto afim de pegar a chave" e eu corria das almas porque elas queriam me usar.
 Até que o velho não aguentou mais, e caindo no chão me passou as chaves, e na frente dos meus olhos, fora consumido até que se torne também uma alma, alma essa que me olhava, vinha até mim e me pedia "Me dê essa chave garoto, eu sou o único daqui que merece ser salvo".
 E então eu acordei, voltando a olhar para os céus eu me lembrei, que o meu desejo mesmo era ver aquela escada que me levaria aos céus.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Humildes desculpas

 Eu já sei contar a nossa história, eu já sei muito bem como todos vão saber se curvar perto das labaredas da fogueira para sentados imaginarem essa complexa história de amor. 
 Hoje, eu acredito na salvação mundial, mas o que seria de mim sem o meu salvador? Eu me perco nas minhas ideias de tão complicadas que são, e ele vem me buscar nesse abismo. 
 O justo, é bom quando tem que ser e mal quando necessário, sendo sempre humano. 
 O insano não se importa, ele vai te ignorar, ele vai fingir que você não existe. 
 É, eu posso tentar fugir, mas vai ser sempre assim, O Justo e o Insano. 
 É Deus e o diabo. 
 É fogo é água.  
 É homem e... O que completa um homem nós já sabemos. 
 Obrigado ao salvador de tudo, ao homem que vêm puxar meu braço e não deixar que eu caia. Meu herói, o homem de fé, aquele que acredita. E que faz eu acreditar. 

sábado, 1 de setembro de 2012

O Fim do Justo e do Insano



Falar a verdade

 É para escrever como um monstro?
 É para descobrir minhas verdades?
 Pobre jogada de marketing... Pobre pensamento vão... 

 Aqui, vai descobrir só o que eu deixar exposto. 

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 Depois de ler um livro

 Escreva quando lhe for dada a vontade da alma, escreva quando achar que tem que escrever, e nada será feito por pura pressão, será realmente feito por pura vontade de se expressar. Será feito pela alma, como se no fundo o que tocasse o papel (nos dias de hoje, o teclado) não fosse os dedos, mas sim o coração.
 Quando escrevemos, colocamos toda uma vida naquele texto, se ele for interpretado seremos então uma pessoa livre, como se o texto fosse os nossos pecados e angustias jogadas ao mundo. Mas quem me dera, quem me dera ser alguém grande, para olhar os pequenos de cima. Pequeno sou eu, que me acho tão melhor que alguém nesse deserto. 

 Alguns farão de você um herói, outros farão de você vilão, e te criticarão apontando o dedo na cara, mas no fundo, a solidão será seu maior pilar de sustentação, é quando estiver só, nesse lugar pequeno, que verás que é amplo, é quando pensar no sentimento e na necessidade do sentimento que irá entender o porque de estar sentindo. 
 E sobre a alma? Todos tem alma, todo ser humano por ser encontrado nos céus de seus lindos jardins de rosas, ninguém nos dá o direito de desistir de ninguém, não nos disseram que temos responsabilidades? Aquelas quais não nos importam a nós mesmos, mas o sorriso de alguém que nos abraça sem temor de nada? Um olhar sem sentimento é melhor do que um bom aperto de mão? Não temos o direito de desistir da felicidade de ninguém. 
 Irmãos, e Deus? Amigos... E Deus? Como podemos nós desistir D'Ele? Como podemos nós duvidar da existência de alguém soberano a tal ponto que o põe em duvida estando calado e eterno? Ele que nos coloca para resolver uma eterna questão sem estar ou dizer nada... Como não existir o Soberano que vem da eternidade se levantar e dizer que a luz está conosco e que o caminho leva a ele, porque nós somos parte dele? Somos a luz, e Ele é luz como nós, somos eternos, e para a eternidade dele voltaremos. 

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 Afirmações nesse mundo 

 O lindo sorriso, o aperto de mão, o abraço bem forte, um obrigado, uma reverência, a genialidade, a boa conversa, um papo bem formado, perguntas sem respostas... 
 Só quero um pouco de atenção desse mundo, eu quero um pouco de solidão desse espaço cheio de gente. 
 Quem é o gênio da lâmpada? 
 Eu tenho medo irmãos, releiam quantas vezes quiserem essa linha e não vão entender o que é isso.
 Sou a fortaleza inabalável, sabem disso, eu nunca choro se não quiser, eu nunca demonstro se não quiser, mas a pergunta é, quando eu estiver em prantos, que ombros fortes mais que os meus me receberam? 
 E eu não consigo parar por um minuto, porque se eu parar, as coisas entram na minha cabeça, as coisas ruins de que todos não precisam saber, as coisas ruins que eu não quero lembrar. 
 A solidão me tornou alguém forte, mas o que eu queria era comprar uma estrada que fosse frágil, tão frágil que depois que eu passasse por ela, ela rachasse no meio e não voltasse mais a se erguer, eu queria de cima dessa escada ter uma nova perspectiva e não ficar mais preso dentro de casa. 
 Conheci uma cigana, e ela comprava uma estrada para o paraíso. 
 Mais medos que me assustam são os físicos, eu tenho pavor de mostrar meu corpo e dividir minhas personalidades com alguém, eu prefiro fechar meus olhos e encontrar o prazer sozinho. 
 Eu quero ser um dia e procurar a noite.
 Meus medos não são da morte, eu seria alegre se morresse e libertasse-me da divida eterna que eu pago, o lado de lá tem os gênios, tem os famosos, tem as estrelas que brilham e com motivo me deixariam pensando no canto isolado, e perderiam aí, por me deixarem pensar, porque eu derrubaria todos eles depois disso. Aqui só tem jogador de futebol, que ganha milhões para chutar a bola (nada contra os que chutam bem a bola, mas tem gente morrendo de fome na áfrica, é apelativo esse argumento, mas é real) e eu, tentando salvar o mundo. 
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 O Justo e o Insano 

 O Lado de lá deve ser tão mais feliz 
 Do lado de lá deve ter homens geniais 
 Homens estes que vão lhe falar da alma 
 Estes homens que lhe falarão do que você não sabe que pensa. 

 Aqui nós estamos construindo conversa após conversa um caminho 
 Mas sempre discutindo, não o que é a felicidade, nem a buscando 
 Sempre iremos em nossas conversas acabar questionando-nos sobre a vida 
 A vida essa que não vai ter sentido até a morte. 

 Mas hoje eu estou com um bom pressentimento 
 Sinto que as coisas vão mudar, e hoje mesmo sem motivos, amanhã vou me levantar
 Pode até fazer sentido, mas as vezes não
 Tem gente que tem que pensar no amanhã para viver o hoje. 

 Aqui as pessoas funcionam por problemas 
 Não me importo de dividir problemas ou soluções 
 Mas quando nos misturamos com eles, mudamos a nossa personalidade 
 E isso eu não divido com ninguém. 

 Acabei percebendo que a minha alma externa é o eu psicólogo 
 E que eu mostrei até hoje ele para todas as pessoas 
 Em todos os momentos eu construo mentiras para que as coisas fiquem bem 
 Acredito que ninguém conheça a minha real imagem. 

 Vamos imaginar um mundo melhor 
 Imaginar que nesse mundo, somos heróis porque tudo vai terminar bem 
 E nessa fantasia vamos realizar os nossos sonhos 
 Sonhos esses que temos que acordar. 

 O clima aqui vai ficar pesado 
 Aqui o clima vai ser de briga  
 Discussões sobre mentiras 
 E sem abraços para as minhas verdades. 

 Tenho certeza de que lá de cima alguém me aplaude 
 Certeza de que sabem que eu sou justo 
 E apesar de insano quanto as mentiras  
 Eu tenho uma alma eterna mesmo sendo um animal. 

 A inteligência é o meu maior poder 
 Não possuo mais armas nenhuma
 E quando o Diabo vir comprar a minha alma 
 Ele não vai conseguir pagar um preço tão alto. 

 Antes que eu me esqueça, eu vou vir aqui lembrar
 Que são 12 anos não mais que isso 
 Os anos que eu sou só 
 Somente um nada no meio desses gênios. 

 Fobia, Claustrofobia, Psicopatia, Sociopatia 
 Loucura, Insanidade, Justiça cega, Fé desordenada 
 Doença de chagas, Marcas pelo corpo, Depressão, Estresse 
 Egoismo, culminando na eterna companhia, desejos, ligados a sexualidade. 

 Hoje eu vou estar muito feliz, porque eu encontrei 
 Encontrei vários dos meus amigos que ficam aqui na minha cabeça 
 Sei bem que eu sou um homem torto 
 No final tudo bem, quem aqui é reto? 

 Vou sonhar 
 Vou viver 
 Vou voar 
 Vou acordar... E ver que não passou de um sonho, até que todos sonhem juntos... Até que Morpheus venha entrar aqui. 

 E eu não sei 
 Ninguém sabe 
 Nem querem saber 
 Que sonhar é tão importante, que o Sonho veio para te levar. 

 Por onde eu estive enquanto o mundo gritava pelo meu nome? 
 Quais caminhos eu fiz que não encontrava ninguém 
 E quem eu encontrava me segurava para eu não passar... 
 Me desculpem, mas onde eu estava quando isso aconteceu? 

 Então eu coloco uma arma sobre a minha cabeça 
 E pucho o gatilho 
 É o único jeito de acabar com tudo 
 Sei que vai ser dolorido, mas é o único caminho. 

 Sintam na pele esta verdade 
 E aonde eu for venham comigo 
 Não desejo o seu amor, não quero ser seu amigo 
 Mas eu quero ser o seu salvador, em qualquer lugar do mundo. 

 No final do dia eu sempre volto para casa
 Independente do caminho que eu faça 
 Não vou chorar hoje, eu sou forte 
 Porém, não vou parar nem por um minuto. 

 Pelo amor de Deus, alguém me ajude, eu estou virando um robô 
 Alguém pode segurar a minha mão? 
 Não ninguém pode. 
 Ninguém vai, não o farão nunca, eu não vou deixar que façam. 

 E parem de me falar sobre as minhas dores 
 Parem, porque elas doem demais para mim 
 A culpa de tudo é minha 
 Mas não me culpem por estar acostumado a isso. 

 Estão todos presos na êxtase do dinheiro 
 Todos babando loucamente por suas luxurias 
 E eu me importando tão pouco 
 Que já vendi meu corpo.  



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nossa verdadeira provação

 

Raramente se encontra alguém por aí que tenha uma alma, muitas pessoas que vemos nas ruas são ocas, a ciência vos prova a vida e eles aceitam, a religião vos provam a fé e eles enxergam. Um garoto perde os pais em um acidente de carro, e por si só, sente a vida na pele, sente os temores das ruindades das ferradas da sociedade nas suas costas, garoto esse que era rico ou pobre não importa, larga tudo o que tinha, ou nada, e resolve que vai ser religioso. 
 A religião na igreja lhe desaponta, porque esse menino desejava falar com Deus e nunca antes na sua vida ele conseguiu. Dizia ele que ouvia uma voz interior mas não tinha mentalidade acima da sua, e não lhe falava de bondade acima da sua. 
 Já passado alguns anos então ele larga a religião e vira um cientista que amargava sua genialidade no anonimato. Provou ele a vida e explicava a morte. Mas nada ele dizia sobre a vida antes ou depois, nada falava ele sobre a evolução espiritual, nada dizia aquele cientista sobre a sua alma. 
 Desistindo de tudo, ouve falar sobre pessoas que buscam a paz interior. E por mais alguns anos se junta a aquelas pessoas, afasta-se e por sobre uma montanha vive mais um tempo. 
 Agora adulto, o eremita passa a visitar todos os dias cada vez mais o interior daquela rochosa montanha, ele não conhecia nada sobre ela, apenas era uma enorme caverna, cuja entrada atraia para um enorme passeio, de longas portas e de um teto inavistável, mas ao andar por dentro da montanha, nota-se que ela aparentemente vai ficando mais feia e pequena, e animais e espinhos parecem sair da parede, afim de pegar o eremita um dia. 
 E a cada brisa forte que passava retirava uma folha da árvore da vida daquele homem, e ele sabia disso, ele sabia que a sua árvore estava ficando sem folhas. 
 O eremita nos seus últimos dias se despede dos velhos amigos, e diz que realmente acredita ter encontrado a paz. E por fim, adentra a montanha. E a cada passo que dava em direção ao centro diminuía o seu espaço para andar, e o caminho tortuoso começava a vir, mas o velho não desistiu, iria descobrir o que existia no centro da caverna. Os espinhos lhe rasgavam a pele, os insetos lhe picavam e envenenavam, assim como pedras lhe caiam sobre a cabeça, machucavam e deixavam a sua vista embaçada. E a cada passo, o caminho mostrava-se mais tortuoso. 
 Ainda quando sentia que estava para perder os sentidos, ele termina por perceber que o caminho da montanha não tinha um fim, mas apenas uma brecha que dava visão ao que existia no centro da caverna, o eremita estica o pescoço raspando por dentro duas pedras e apenas põe-se a olhar por esta brecha afim de ver o que havia procurado por toda a sua vida. 
 Por dentro da brecha ele pode ver, ao outro lado um lugar inacessível, jamais seu corpo iria passar por ali, mas haviam algumas pessoas conversando em volta de uma mesa, e todas elas conversavam enquanto sorriam, um homem apontava para o alto e falava de justiça e de alma, outro falava do poder da mente que não era quase nada conhecido, e outras pessoas que ele julgava serem importantes, mas as duas pessoas que mais lhe chamaram a atenção foram duas; Ele mesmo que conversava gesticulando e com alegria enquanto conversava com um ser iluminado, tão iluminado que cegou seus olhos com tanta intensidade que por fim, o eremita veio a não resistir mais, a dor era intensa e a caverna lhe proibia a vida dando desafios paulatinamente difíceis.
 E antes que pudesse falecer o próprio eremita disse a si mesmo, na verdade em uma tentativa de dizer a todos - mas ninguém o podia ouvir de dentro da caverna - as suas ultimas palavras: 
 - Ele existe! Ele existe, e ele está dentro de cada um de nós! O caminho é tortuoso, o caminho é quase inacessível, mas ele está lá, onde é complicado chegar, mas é possível, a minha fé, a minha esperança, elas voltadas a um homem, a várias ideias, e elas estavam certas, porque a luz está dentro de nós, a luz está dentro das nossas almas, nós somos a luz, nós temos as nossas respostas e nós, somos cada um parte de um Deus. 
 E nesse dia em um lugar diferente desse, morre um homem simples, que nunca foi brilhante na vida, que nunca trabalhou ou teve religião, que nunca em sua vida saiu da grande cidade para visitar montanhas, mas ele procurou as suas verdades dentro de si. E as encontrou, esse homem tinha uma alma, e nessa alma tinha luz, ele era a luz. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O lugar para onde eu vou

 

Colocaram um capuz sobre a minha cabeça
 Eles querem me prevenir de pensar 
 Querem eles evitar de me deixar ser algo 
 Dizem que querem me preservar para que eu não me torne um monstro. 

 E eu não quero saber de capuz por cima da minha cabeça 
 Sou eu, será que não veem mais isso? 
 Não precisam me deixar jogado dentro de uma dama-de-ferro 
 Mas me dizem que eu sou um caso especial, e que eu preciso permanecer assim.

 Mas quando eu retiro o pó por cima dos ombros eu sou apontado pela rua 
 Eu sou rejeitado pelos meus irmãos 
 E meus amigos, estapeiam a minha cara
 Eu não sou um monstro, eu não sou igual aos monstros.

 Minha mente me culpa, dizendo que eu perdi a sensibilidade 
 Meu cérebro me joga de lado, falando que eu vou me tornar um carrasco 
 Não quero me tornar um bebê que precisa ser cuidado 
 Nesse lugar, eu mais que ninguém sei quais são os caminhos... 

 Alguns dizem ter milhões de anos, mas não entenderam a voz humana
 Muitos deles dizem ser bons e acreditar em Deus, mas não estendem a mão
 E nem sacrificam os seus corpos 
 São esses que me estapeiam a cara e dizem que são os mesmos. 

 Aonde eu pratico a bondade, me chamam de capitão 
 Ali, que eu deixo minha alma me chamam de gênio e de guerreiro 
 Quando eu olho seus rostos, eles sorriem, mas não sei até quando 
 No final é tudo verdade, eu vou ser preso, novamente naquela velha cela onde os monstros ficam. 
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 É por isso que eu uso o chapéu de cowboy, ou que eu desejo usar, para proteger minha mente das coisas ruins... 
 De que adianta falar de felicidades? De que adianta dizer que vai dar tudo certo? Na primeira oportunidade eu sou o primeiro a ser apontado como erro.
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Se quiser pode ir lá correndo e fazer a minha caveira para ele, faça o que quiser. Destrói mais a mim do que a minha imagem. Feliz? 

domingo, 26 de agosto de 2012

A nova velha verdade de cada um

 

Ando de lá pra cá para trazer aos homens comuns a nossa verdade. A verdade que é lindo aos olhos de quem é natural, mas terrivelmente macabra para quem ando torto pelas ruas da grande cidade. 
 Nesse momento o que eu mais queria era notar alguém levantando a mão e em meio a esse público inteiro, pedir para sentir a dor dos pensamentos. 
 E no final da história, quando adentrarem esse portal dimensional e notarem que a esse mundo não mais pertencem vai ser tarde demais, vai ser doloroso demais. 
 O nosso sorriso vem para fazer arder os olhos com uma frieza que os olhos não aguentam observar, e a nossa expressão aqui é sempre a mesma, surpreso por isso? 
 Mas mesmo tendo anos nessa profissão vim a conhecer um velho garotinho que faria das suas alegrias a sua maior mentira, e ele sorria, sorria tanto que me deixou de lado sem graça. 
 Era ele largado e bem arrumado, tinha ele dois olhos e aparentava ter mais de mil bocas, fazia parte dele duas mãos que nunca paravam de gesticular e uma só mente, que produzia terrores sem parar. 
 Acenei para o homem, afim de que viesse o garotinho a minha presença, mas nada disso, surgiu a mim um senhor que mal olhava nos meus olhos, e falava de cabeça baixa, eu lhe perguntava sobre o mundo, sobre os terrores, sobre as verdades e sobre opiniões. E ele arrebatava tudo sem nenhum temor. Me deixava jogado, e deixava as idéias alienadas.
 Em momento nenhum aquele velho garoto nos olhava nos olhos, sempre voava pelos céus a aparentemente pegava de lá suas maravilhosas idéias, a mentira dele nos transmutava de lado, de verdadeiros nos primeiramente perdíamos o rumo e depois percebíamos que estávamos mentindo. 
 E meus parceiros começavam a se perder, e nem mesmo a verdade das nossas histórias bastava, e nem mesmo a nossa criatividade servia de convencimento. Mas eu ainda batia o pé e me dizia ser o melhor que existia, e com a sinceridade eu iria convencer o homem. 
 Portanto fizemos um duelo e quando eu jogava uma afirmação, recebia uma pergunta, e quando eu jogava a resposta da pergunta ele jogava uma afirmação sobre, e eu nem me lembro mais do que estávamos falando quando eu percebi que na verdade havia mentido várias vezes na ânsia de querer vencer essa disputa. 
 O velho retira seu óculos, aponta o meu peito e quando levanta a cabeça olha diretamente nos meus olhos. Qualquer homem de verdade se assustaria com o fato de perceber que aquele garoto parecia tão atemporal que na verdade nem olhos ele tinha, e a sua boca nem sequer movia, mas dizia o homem:
 - O que é a verdade senão a realidade de cada um? O que seria de nós se a minha verdade fosse também a sua? Seria um mundo de homens iguais ou diferentes? Haveria aqui um mundo? 
 E foi isso, isso que me fez mudar novamente os mundos, mudar novamente os ares, sorrir por outros motivos, mas convencer as pessoas da minha verdade passou a não ser mais um passatempo... Passou a ser... Complicado...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quem tem medo de mim?



 Quando o tempo não passava, passava a vontade de viver, vinha a angustia e o sofrer, vinham as dúvidas que traziam consigo a risada, mas acima disso tudo, a vontade de mandar tudo isso para o espaço. 
 No caminhar havia pressa, passos rápidos um após outro sem sequer olhar para trás, passeava dentro de si buscando desenferrujar o velho que lhe dava o motivo da vida, mas o velho não vinha. 
 Foi então que sonhou alto demais, foi então que pediu para todos que o podiam ajudar, ele só queria mesmo era saber que existia, saber que dali vinham as verdades mais temidas. 
 E na sua cabeça soava uma canção:
 " Venha meu irmão, vamos dançar....
 Venha conosco o sino da igreja tocar... 

 Saiba que aqui, não existe essa de dor... 
 Mas aqui também, esqueceras o seu amor..."
 Mas ele amava, e amava profundamente, era alguém racional que não podia ser enganado pelo coração. O coração que pulsa sangue estava intacto, mas o âmago estava derrotado, ele queria e encontrou a tristeza novamente, será que se perdeu mais uma vez? 
 Ele achava que Deus tinha era medo dele, ele achava que o Diabo tinha era medo dele... 
 Ergue-se do chão uma enorme cruz, ergue-se do chão a verdade e a mentira, a um lado a luz, do outro a escuridão, de um lado cabeças e de outro abraços, sente-se a indignação do momento, e a felicidade de estar lá. 
 Foi engando em suma nas primeiras palavras que lhe cavaram a cova abaixo dos pés, sorriu, engoliu a seco e deu um passo a frente, se era o seu destino iria ser enterrado vivo. 
 E salvo por palavras lindas, que lhe puxavam pelo braço a esperança acima, a lágrimas escorre os olhos, é a verdade que lhe busca, e o sorriso que lhe afaga. 
 Nos braços frios notou que não era aquilo que queria, e olhando para as pessoas que lhe cercavam sentiu o perigo, a monstruosidade se transformava na sua frente enganando até os seus sentidos. 
 E por fim, a redenção final da alma, a sensação de libertação pelo ciclo da arrebentação das mentiras, quando se desgruda do velho casulo, abre-se o tecido da pele, e de lá de dentro, a pureza sai, branca e maravilhosa voando pelos céus. 
 E o menino pergunta a Deus: 
 - De que lugar vens, que não existe alma humana para te olhar. Aonde nasceu, que a verdade nos trouxe? E a mim, o sofrimento e a solidão me chegam tanto que não mereço um olhar de cima? 
 E o menino ao Diabo pergunta: 
 - O que foi que fiz para que gostasse tanto dos meus caminhos? O que foi que fez para que chegasse até o ponto onde chegou, é derrubar-nos o seu prazer, vernos no chão a imagem e semelhança do que foi? 
 E sem respostas, acorda o garoto, e segue novamente o caminhar apressado. 
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 Isso é somente meu, e ninguém tem culpa. 
 Que queres de mim além das respostas? 
 Que queres de mim além das graças? 
 Se és tão completo eu que te completo a que lado? 
 Isso é somente meu, e ninguém tem culpa. 
 A culpa minha vem de mim, e eu já aguentei a minha dor. 
 A dor do mundo vai vir a ser culpa minha se eu me colocar sobre essa responsabilidade e ninguém irá dizer que não há. 
 Isso vai ser somente meu, e ninguém a não ser eu será culpado e condenado no tribunal. 
 É meu o pecado, é minha a apelação, vem da minha alma. 
 Isso tudo é somente meu, e ninguém tem culpa.
 Isso tudo é somente meu, e não deixarei ninguém ser culpado pelo meu egoismo inútil. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cada passo é uma realidade



 Verdade, é aquilo que condiz com a realidade... 
 Eu venho dizer e fazer a realidade se tornar o meu querer 
 Pois o meu sol vai nascer aonde eu quiser
 Afinal, a vida é minha, e só é real, aquilo que eu quiser que seja
 Ainda ontem, ou foi alguns desses dias eu me lembro de dizer para um velho amigo que a esperança existe
 E eu sei o que é esperança, a esperança condiz com a minha realidade, logo, ela é verdadeira
 Eu ainda posso me achar um herói, as vezes eu me acho até vilão
 Dependendo do dia, eu me visto de branco ou de preto, eu coloco um sorriso no rosto ou fecho a cara 
 Mas não me importa para quem eu sou herói ou vilão, eu não me importo com o que farão da minha imagem enquanto eu estiver de costas 
 O importante é que eu seja o herói para a pessoa certa. 

 Não me importa ser um gênio, não me importa ficar no anonimato
 Apesar de ser egoísta e egocêntrico eu sou ser humano e tenho uma alma 
 E eu tenho algo a preservar, não minha imagem, não o meu corpo, mas a minha personalidade 
 Hoje, ainda sou um mascarado, hoje eu ainda uso um chapéu para esconder o que existe dentro da minha mente 
 Mas as pessoas mudam 
 E tem horas em que um homem precisa fazer alguma coisa, tem horas em que eu preciso ter algo chamado responsabilidade, nessas horas eu preciso ter toda a culpa jogada nos meus ombros e por mais pesado que pareça, eu vou saber lidar com isso, a responsabilidade é minha e eu assumo.  
 Responsabilidade é o que tenho me esquecido, afinal, as vezes parece que eu não me importo com as coisas... 
 Mas é quando as coisas parecem estar perdidas e sem importância, que vai prevalecer a fé, a crença e a esperança... 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Destino final


A luz hoje, está conosco
 Não mais tenhamos medo da escuridão 
 Esqueceremos os nossos pesadelos e pensemos juntos em um fim feliz 
 Se eu te der a mão esta tarde, e olharmos juntos o pôr-do-sol, veremos o quão lindo, pode ser o dia 
 E se hoje, dermos a mão e fecharmos os olhos, veremos que a luz não está lá, mas está dentro de nós. 

 A felicidade existe, e ela está mais próxima do que imaginamos 
 Por enquanto é difícil enxergar, por enquanto não está fácil
 Mas se observarmos com atenção, são as coisas mais simples que nos enchem os olhos de lágrimas... 
 Se observarmos com atenção, a felicidade está introduzida em um ato louco, em uma palavra fora de hora que no fim forma um texto 
 A felicidade vem do pouco para o infinito, vem do minusculo para agigantarmo-nos. 

 Um abraço e um aperto de mão são os nossos maiores remédios 
 Nesse mundo capitalista, onde não temos a opção de largar tudo e correr para a praia 
 É bem aqui, onde eu não posso abdicar da minha fome para dar a alguém um prato de comida 
 Neste lugar que eu tenho problemas do que vale ou não a pena 
 É aqui que existe um amigo, que se importa mais com você do que com ele 
 Eu sei, que para as doenças da solidão, o melhor remédio é a companhia. 

 Mas ainda assim as vezes a vontade nos falta 
 As vezes, não vale mais a pena 
 As vezes, não temos para onde ou para quem correr 
 Sim, as vezes os meus amigos caem perante a minha doença 
 E as vezes, eu nem sei?

 É algo que eu não sei explicar 
 Uma vontade que vem e leva tudo embora, que deixa um aperto lá no fundo
 O vazio 
 São algumas palavras que não vem, outras que vem e me machucam 
 E eu não sei dizer para onde eu quero ir, mas eu não quero ficar aqui 
 Nesse mundo eu sei o que falta 
 Eu sei qual é a solução de todos 
 Sei também o que se passa na cabeça de cada um que vive aqui comigo nesse mundo 
 E é daí que vem a minha dor
 Eu sei tudo sobre quem vive perto de mim, mas ninguém consegue saber as minhas verdades 
 "Não tem ninguém que me derruba no soco." - É isso o que um campeão diria. 

 Mas a vida não é só uma disputa, a vida não é só subir no ringue... 
 Amigo, existem palavras que eu quero te dizer, e não ficam só no quase, elas simplesmente não existem
 Existem coisas que eu queria fazer com você, existem sonhos que eu dividiria 
 Mas não dá para sonhar em conjunto 
 Quando eu peço para deixar ele entrar, é o homem que te faz sonhar, é o homem que te faz crer... É aquele que vai te mostrar com um simples pó, que dá para melhorar... 
 É amigo, eu sei que as coisas estão ruins agora, eu sei que as coisas na verdade nunca foram fáceis 
 Mas é aí que você vai se erguer, é sem saber como lutar, que encaramos o inimigo com mais ferocidade... 
 É na tristeza que encontramos a felicidade... Como se fossemos um povo no lixo que ergue um sorriso... 
 E já deve estar se cansando de ler e ouvir isso não é? Você quer mesmo é resultados... 
 Amigo, fique perto de mim, fique próximo, e enquanto tiver perto de mim, eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você, isso eu posso te mostrar. 

 Mesmo que as vezes você sinta falta
 Mesmo que as vezes eu lhe falte com a verdade
 Mas amigo, eu estou aqui, de braços abertos, pronto a te receber a qualquer hora 
 Não se sinta só nesse mundão aí amigão, você tem a mim!
 E eu não vou deixar você ir embora. 

 Eu lhe seguro pela mão
 Eu lhe pucho pelo braço 
 Se precisar, dou-te até um tapa na cara
 Mas embora? Você não vai não... 
 O seu destino final, é ficar aqui, perto de mim.