Kastas, O amigo.

Mais algum tempo havia se passado, talvez dias, talvez meses, talvez anos, ou apenas algumas horas, e o sol voltava a reinar nos céus, forte e imponente, era um dia quente, tão quente que as sombras que abrangiam a escuridão estavam ferventes, o velho já estava de fato que acordado antes mesmo que o sol viesse dominar.
Arrumara a trouxinha de utensílios e fora caminhar por entre o campo tendo como meta final uma grande árvore perto da cidade, o velho se vestia com uma velha camisa que o mesmo rasgou as mangas de forma a deixar a camisa em formato regata, uma velha calça de moletom de uma cor cinza e botas antigas, sabe-se lá de quando eram. Nas suas orelhas ele trazia dois brincos de um lado e um do outro, e um colar no peito, com um aliança como simbolo do infinito.
O seu caminhar era de fato lento, pois era realmente velho, ninguém nunca perguntou a sua idade, mas o nome interessava, ele se chamava Zenobi, ou não, não saberiam dizer na realidade. Os passos eram firmes, porem mancava descaradamente de uma perna, da esquerda, a qual sofreu um dia um acidente no joelho, mas essa inacreditável história, ainda será lembrada.
Caminhava por entre o capim alto, por entre a trilha de terra, passou do lado da praia e por alguns minutos, admirou o mar, o lindo mar que ele sempre amou, e a areia, de uma cor leve amarela, quase intocável. O mar aquele dia estava calmo, as ondas eram pequenas, mas quebravam com fúria sobre a beira da areia. Ninguém visitava aquela praia, o que dava a ela um tom mais mistico, o por que? Essa inacreditável história ainda será lembrada.
Ao retomar a caminhada, Zenobi se lembrou de Morpheus, e da noite passada, Morpheus havia pedido para o velho em um sonho, que lhe desse a luz da noite, que mostrasse ao mestre dos sonhos ( o próprio sonho ) o que era sonhar. Mas Zenobi era um velho humilde.
E então logo se avistava a enorme árvore, a quem ele chamava durante uma fase da vida de Yggdrasil, a árvore da vida, até porque ela fez parte de metade da sua vida, e essa inacreditável história será lembrada também.
Lá, um pequeno grupo de pessoas esperavam algo, o velho chega, põe a sua trouxa de utensílios sobre o chão, acaricia o carvalho, material do qual a árvore é composta, e só então, olhou para todas as pessoas, em destaque para uma mulher, que segurava um bebê, bebê esse que estava encoberto por panos os quais tampavam seu provável lindo rosto.
- Vocês vieram, como todo o ano... Obrigado, até me sinto, alguém que é importante - Brincou o velho, e todos riram, menos a misteriosa mulher que segurava o bebê, Zenobi estranhou.
E após as risadas que descontraiam o cenário, Zenobi fechou novamente a expressão, como se tivesse realmente algo sério a dizer. Coçou a sua barba enorme e então começou:
" E mais uma vez, eu venho como todo o ano contar uma história a vocês. Eu realmente não sei porque essas histórias são contadas, se vocês precisam saber ou eu preciso contar, mas, logo após a morte de meu irmão, muita coisa aconteceu, casos de polícia e outras coisas mais, e passaram-se anos e anos. E a esperança de que um dia ele voltaria realmente como um herói nunca morreu dentro de mim. O que eu guardei de recordação dele? Uma camisa, com um 'S' no peito, uma camisa de que ele adorava muito usar. O resto nós doamos, eu sempre me sentia sozinho quando olhava para as roupas dele. Meu pai e minha mãe brigaram muito, mas de fato, eu não me importava.
Morei em uma vila de respeito, onde muitas crianças brincavam e cada uma fazia seu nome ser um destaque um dia mais. Mas eu preferia não me envolver, a morte do meu irmão foi triste demais, e gostar de alguém, seria muito difícil para mim. Mas um dia, eu estava sentado na minha calçada, naquela enorme rua reta de asfalto, olhando para cada árvore de cada casa que eram exatamente iguais, diferentes apenas nas cores, e notei que alguns meninos que aparentavam ter a minha idade me cercaram. Estranhei o fato.
Mas alguns deles me olhavam com rostos gentis, outros, não.
Um deles me esticou a mão, olhei fundo nos olhos daquele garoto. Ele certamente tinha a minha idade, tinha olhos castanhos escuros e um cabelo liso castanho na altura dos ombros, corpo atlético. Lhe dei a mão e mal sabia, lhe dei também confiança. Ele se apresentou:
- Sou Kastas. E viemos te convidar para ver um duelo, o meu duelo com o Mephisto. O menino que quer me tomar o posto de líder da rua. Qual seu nome? - Me surpreendi, quer dizer que ali, a rua tinha um líder?
- Sou Zenobi. - Respondi - Por que veio até mim?
- Quero que fiques ao meu lado, e torças por mim, afinal, eu sou o mocinho da história, Mephisto não é nada bonzinho com quem perde - Foi a gota d'água para mim. Mocinho é? Então ele era um herói? Assistiria ao seu lado.
Segui com os meninos, e notei que a aposta que levaria a decisão do líder da rua, era um item de mais valioso de cada participante. Kastas apostou um colar com uma cruz, dizia ele ter sido do pai dele. Mephisto apostou um espelho que não mostrava o reflexo. Todos acharam estranho e não aceitaram, mas a confiança de Kastas era enorme. Ele não se importou com o que era, sabia que ia vencer. Por esse motivo, dei um passo a frente, retirei a camisa do meu irmão e a coloquei em disputa.
- Valioso para mim. - Foi somente isso, de maneira ogra, me sentia envergonhado.
Me olharam com olhares duvidosos, mas deixaram eu participar. A rua era longa, e parecia não ter fim, Kastas suava frio, eu, já achava que tinha perdido, mas confiei no mocinho, e Mephisto... Seu olho brilhava"
- Se tem algo que eu aprendi nesse dia, é que nunca se pode vencer o diabo em uma disputa de jogos...
" E então começamos a correr, eu larguei na frente, disparei, via o vulto das árvores ao meu lado, via o vulto das pessoas, via o vulto de tudo, o problema era esse, não era normal ver vultos. Era algo estranho a se pensar. Kastas foi em seguida e tomou a frente, corria como nunca, atlético, mas cansou rapido como nunca antes tinha acontecido. Mephisto foi, e não parou. Iria vencer.
Eu me desesperei, não queria perder a camisa do meu irmão, ele levaria parte de mim com ele. Fechei os olhos e corri, corri como nunca, e por alguns segundos, eu venci o Mephistopheles. Eu venci ele em uma disputa.
Mas ele não podia ser vencido. Me olhou, e eu simplesmente caí.
Kastas passou por mim, estava quase no final, e aproveitando a distração dos dois concorrentes, ele poderia ter ganho. Poderia... Ao me ver cair, Kastas parou bruscamente, invocando um freio que o seu joelho não tinha, ignorou a dor e me deu a mão, ainda em tempo de perguntar:
- Você está bem Zenobi?
Estiquei a mão a ele, e acenei com a cabeça que sim, já me conformando de que tinhamos perdido. "
- Mas algo estranho aconteceu... - Zenobi então, andou até a árvore e lá encontrou seu nome riscado com uma navalha na época, e o nome de Kastas na frente. - Não se vence o diabo em um jogo. Mas vencemos o diabo com o coração. Ali eu percebi que eu encontrei um amigo.
" Mephisto parou, e não se moveu mais até o fim, em tempo de que Kastas corresse e me vencesse em uma disputa limpa.
Fiquei feliz.
Mephisto nos deu as costas e foi embora.
Kastas ergueu o espelho e o seu colar, e fez questão de me devolver a camisa. Fiquei ainda mais feliz. Dali para frente, nos demos muito bem. "
Assim que Zenobi terminara a história, notou que algumas pessoas sorriam, menos a mulher misteriosa, caminhou até ela em silêncio. E a cena se dividiu em duas. A realidade, e a verdade. Que naquele momento foram diferentes.
Na cena real, Zenobi acenou a todos, agradeceu e foi embora, prometendo voltar nos próximos anos.
Na cena verdadeira, Zenobi caminhou até a mulher, esticou a mão para o bebê, ela sem demoras entregou, ele, pegando o bebê nos braços, retirou o pano de seu rosto, e notou ali, o bebê mais lindo que já vira na sua vida, aquele era o bebê mais luminoso e magnifico que já tinha encontrado.
- Vá meu querido ano-novo, cresça, cresça e leve para todas as pessoas que conseguir, um pouco de bondade e amizade. - E então entregou a criança até a mulher. Se virou e realmente foi embora.
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Esqueci de me dizer.
São histórias inacreditáveis.
O primeiro texto. Do herói, é em homenagem ao meu irmão, meu herói.
E este é à meu amigo. Kastas... Tentará ser como você foi na minha imaginação amigo. Obrigado!
E feliz ano novo a todos! Que tenham amigos, e que esse seja um ano de boas ações. Até porque, a vida cobra.
Ao retomar a caminhada, Zenobi se lembrou de Morpheus, e da noite passada, Morpheus havia pedido para o velho em um sonho, que lhe desse a luz da noite, que mostrasse ao mestre dos sonhos ( o próprio sonho ) o que era sonhar. Mas Zenobi era um velho humilde.
E então logo se avistava a enorme árvore, a quem ele chamava durante uma fase da vida de Yggdrasil, a árvore da vida, até porque ela fez parte de metade da sua vida, e essa inacreditável história será lembrada também.
Lá, um pequeno grupo de pessoas esperavam algo, o velho chega, põe a sua trouxa de utensílios sobre o chão, acaricia o carvalho, material do qual a árvore é composta, e só então, olhou para todas as pessoas, em destaque para uma mulher, que segurava um bebê, bebê esse que estava encoberto por panos os quais tampavam seu provável lindo rosto.
- Vocês vieram, como todo o ano... Obrigado, até me sinto, alguém que é importante - Brincou o velho, e todos riram, menos a misteriosa mulher que segurava o bebê, Zenobi estranhou.
E após as risadas que descontraiam o cenário, Zenobi fechou novamente a expressão, como se tivesse realmente algo sério a dizer. Coçou a sua barba enorme e então começou:
" E mais uma vez, eu venho como todo o ano contar uma história a vocês. Eu realmente não sei porque essas histórias são contadas, se vocês precisam saber ou eu preciso contar, mas, logo após a morte de meu irmão, muita coisa aconteceu, casos de polícia e outras coisas mais, e passaram-se anos e anos. E a esperança de que um dia ele voltaria realmente como um herói nunca morreu dentro de mim. O que eu guardei de recordação dele? Uma camisa, com um 'S' no peito, uma camisa de que ele adorava muito usar. O resto nós doamos, eu sempre me sentia sozinho quando olhava para as roupas dele. Meu pai e minha mãe brigaram muito, mas de fato, eu não me importava.
Morei em uma vila de respeito, onde muitas crianças brincavam e cada uma fazia seu nome ser um destaque um dia mais. Mas eu preferia não me envolver, a morte do meu irmão foi triste demais, e gostar de alguém, seria muito difícil para mim. Mas um dia, eu estava sentado na minha calçada, naquela enorme rua reta de asfalto, olhando para cada árvore de cada casa que eram exatamente iguais, diferentes apenas nas cores, e notei que alguns meninos que aparentavam ter a minha idade me cercaram. Estranhei o fato.
Mas alguns deles me olhavam com rostos gentis, outros, não.
Um deles me esticou a mão, olhei fundo nos olhos daquele garoto. Ele certamente tinha a minha idade, tinha olhos castanhos escuros e um cabelo liso castanho na altura dos ombros, corpo atlético. Lhe dei a mão e mal sabia, lhe dei também confiança. Ele se apresentou:
- Sou Kastas. E viemos te convidar para ver um duelo, o meu duelo com o Mephisto. O menino que quer me tomar o posto de líder da rua. Qual seu nome? - Me surpreendi, quer dizer que ali, a rua tinha um líder?
- Sou Zenobi. - Respondi - Por que veio até mim?
- Quero que fiques ao meu lado, e torças por mim, afinal, eu sou o mocinho da história, Mephisto não é nada bonzinho com quem perde - Foi a gota d'água para mim. Mocinho é? Então ele era um herói? Assistiria ao seu lado.
Segui com os meninos, e notei que a aposta que levaria a decisão do líder da rua, era um item de mais valioso de cada participante. Kastas apostou um colar com uma cruz, dizia ele ter sido do pai dele. Mephisto apostou um espelho que não mostrava o reflexo. Todos acharam estranho e não aceitaram, mas a confiança de Kastas era enorme. Ele não se importou com o que era, sabia que ia vencer. Por esse motivo, dei um passo a frente, retirei a camisa do meu irmão e a coloquei em disputa.
- Valioso para mim. - Foi somente isso, de maneira ogra, me sentia envergonhado.
Me olharam com olhares duvidosos, mas deixaram eu participar. A rua era longa, e parecia não ter fim, Kastas suava frio, eu, já achava que tinha perdido, mas confiei no mocinho, e Mephisto... Seu olho brilhava"
- Se tem algo que eu aprendi nesse dia, é que nunca se pode vencer o diabo em uma disputa de jogos...
" E então começamos a correr, eu larguei na frente, disparei, via o vulto das árvores ao meu lado, via o vulto das pessoas, via o vulto de tudo, o problema era esse, não era normal ver vultos. Era algo estranho a se pensar. Kastas foi em seguida e tomou a frente, corria como nunca, atlético, mas cansou rapido como nunca antes tinha acontecido. Mephisto foi, e não parou. Iria vencer.
Eu me desesperei, não queria perder a camisa do meu irmão, ele levaria parte de mim com ele. Fechei os olhos e corri, corri como nunca, e por alguns segundos, eu venci o Mephistopheles. Eu venci ele em uma disputa.
Mas ele não podia ser vencido. Me olhou, e eu simplesmente caí.
Kastas passou por mim, estava quase no final, e aproveitando a distração dos dois concorrentes, ele poderia ter ganho. Poderia... Ao me ver cair, Kastas parou bruscamente, invocando um freio que o seu joelho não tinha, ignorou a dor e me deu a mão, ainda em tempo de perguntar:
- Você está bem Zenobi?
Estiquei a mão a ele, e acenei com a cabeça que sim, já me conformando de que tinhamos perdido. "
- Mas algo estranho aconteceu... - Zenobi então, andou até a árvore e lá encontrou seu nome riscado com uma navalha na época, e o nome de Kastas na frente. - Não se vence o diabo em um jogo. Mas vencemos o diabo com o coração. Ali eu percebi que eu encontrei um amigo.
" Mephisto parou, e não se moveu mais até o fim, em tempo de que Kastas corresse e me vencesse em uma disputa limpa.
Fiquei feliz.
Mephisto nos deu as costas e foi embora.
Kastas ergueu o espelho e o seu colar, e fez questão de me devolver a camisa. Fiquei ainda mais feliz. Dali para frente, nos demos muito bem. "
Assim que Zenobi terminara a história, notou que algumas pessoas sorriam, menos a mulher misteriosa, caminhou até ela em silêncio. E a cena se dividiu em duas. A realidade, e a verdade. Que naquele momento foram diferentes.
Na cena real, Zenobi acenou a todos, agradeceu e foi embora, prometendo voltar nos próximos anos.
Na cena verdadeira, Zenobi caminhou até a mulher, esticou a mão para o bebê, ela sem demoras entregou, ele, pegando o bebê nos braços, retirou o pano de seu rosto, e notou ali, o bebê mais lindo que já vira na sua vida, aquele era o bebê mais luminoso e magnifico que já tinha encontrado.
- Vá meu querido ano-novo, cresça, cresça e leve para todas as pessoas que conseguir, um pouco de bondade e amizade. - E então entregou a criança até a mulher. Se virou e realmente foi embora.
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Esqueci de me dizer.
São histórias inacreditáveis.
O primeiro texto. Do herói, é em homenagem ao meu irmão, meu herói.
E este é à meu amigo. Kastas... Tentará ser como você foi na minha imaginação amigo. Obrigado!
E feliz ano novo a todos! Que tenham amigos, e que esse seja um ano de boas ações. Até porque, a vida cobra.
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